A tenente-coronel da Polícia Militar Claudia Moraes foi a vencedora da edição 2020 do Prêmio Espírito Público, categoria Segurança Pública. Em agosto do ano passado, a oficial lançou o programa Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, após ajudar na produção de edições do Dossiê Mulher pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
– É uma grande honra participar de premiação com esse foco de valorização do serviço público. Apesar de o prêmio visar reconhecer trajetórias individuais, tenho plena consciência de que não se faz nada sozinho, principalmente no serviço público. Entendo que essa premiação é um reconhecimento para todos os servidores públicos do estado do Rio de Janeiro e, de modo muito especial, um reconhecimento a todos os policiais militares que dão sua vida pela população do nosso estado – afirmou Claudia, que também é mestre em Ciências Sociais.
A tenente-coronel explica que o objetivo do Programa Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida é prioritariamente salvar vidas, evitando feminicídios e contribuindo para a redução de todas as formas de violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro, de forma preventiva, institucionalizada, técnica e, sobretudo, humanizada. O projeto já realizou quase 28 mil atendimentos a mulheres em situações de violência.
– Tenho plena consciência de que um programa da magnitude do Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida é obra de um incontável número de pessoas. Sem o apoio governamental e da alta gestão da Polícia Militar, do Tribunal de Justiça, Ministério Público, da Defensoria Pública, do Conselho Estadual do Direitos da Mulher e, principalmente, da participação ativa de inúmeros policiais militares, não sairíamos do campo das ideias – concluiu.
O prêmio, que está em sua terceira edição, tem como objetivo dar reconhecimento nacional voltado para servidores públicos.
Números do Programa
De acordo com a coordenação do Programa Patrulha Maria da Penha – Guardiões de Vida, entre 5 de agosto de 2019 e 1º de novembro de 2020, foram realizadas 32,2 mil fiscalizações de medidas protetivas. Já o total de mulheres atendidas até o momento é de 13,5 mil (com ou sem medidas protetivas deferidas). Em relação à região de moradia do total das mulheres atendidas, 36% delas residem na Capital, 17% na Baixada Fluminense e 47% no Interior do Estado.
Ao todo, foram feitas 231 prisões de autores de violência contra a mulher, a maior parte por descumprimento de medida protetiva de urgência.
Também foram realizadas 2.466 ações sociais e comunitárias pelas equipes da Patrulha em todo estado. Boa parte dessas ações foram doações de cestas básicas e kits de higiene e limpeza às assistidas mais necessitadas. Os materiais doados foram provenientes de doações de empresas, ONGs, entidades sem fins lucrativos e pessoas físicas sensibilizadas com a vulnerabilidade de parte das assistidas do programa, cujas dificuldades se agravaram com o advento da pandemia.