O Rio Grande do Sul registrou pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus mais de 100% de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Às 16h desta terça-feira (2), a taxa de ocupação no estado era de 100,2%.
São, até o momento, 2.824 pacientes em 2.818 leitos disponíveis. Do total de internados, 1.758 (62,3%) tem diagnóstico positivo para a covid-19 e mais 213 estão sob suspeita.
A rede privada extrapolou sua capacidade, registrando 133% de lotação. Já o Sistema Único de Saúde se aproxima dos 90%, tendo 89,4% dos leitos ocupados.
As macrorregiões Serra, Vales e Metropolitana ultrapassaram sua capacidade, registrando 115,4%, 107.3% e 103,4%, respectivamente. As macrorregiões Centro-Oeste, Norte e Missioneira, têm 97,1%, 94,6% e 85,4% de ocupação de leitos. Apenas a microrregião Sul está abaixo de 80%.
O agravamento da situação fez com que o governo do estado acionasse, na semana passada, o último nível da fase quatro do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia.
Nesta fase, os hospitais devem utilizar todos os espaços para atender casos de covid-19, além da suspensão imediata das cirurgias eletivas, com exceção dos procedimentos urgentes ou que representem risco para o paciente.
O Rio Grande do Sul permanece em bandeira preta, código para classificação de risco altíssimo de contágio.
Taxa de ocupação das UTIs em Porto Alegre é de 100,56%
A capital gaúcha voltou a extrapolar sua capacidade hospitalar, registrando ocupação de 100,56%. Os hospitais Clínicas de Porto Alegre, Moinhos de Vento e Independência ultrapassaram seu limite, tendo 109,82%, 119,70% e 105% de ocupação, respectivamente.
Os hospitais São Lucas, Ernesto Dornelles, Divina Providência, Vila Nova, Restinga e Santa Ana estão com 100%.
Outros cinco hospitais estão acima de 90%, um acima de 80% e somente o Hospital Pronto Socorro de Porto Alegre registra 52,63% de ocupação de leitos nas UTIs.
Dos 903 pacientes em cuidados intensivos, 554 têm covid-19 confirmada, 65 têm suspeita da doença e 137 positivados aguardam na emergência por leitos.
A situação drástica fez com que o Hospital Moinhos de Vento alugasse um contêiner refrigerado para alocar os pacientes mortos, após o esgotamento do necrotério do local.
“É um campo de guerra. Todo mundo sendo mobilizado no hospital, médicos, anestesistas, enfermeiros de todas as áreas. Nós estamos, realmente, com uma situação calamitosa”, afirmou à imprensa o superintendente do Hospital, Luiz Antônio Nasi. O Moinhos de Vento é o maior hospital da rede privada de Porto Alegre.
Através das redes sociais, profissionais da saúde relatam esgotamento e criticam negacionismo.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira e Poliana Dallabrida