Vítimas do Massacre de Eldorado dos Carajás são “mártires”, diz João Pedro Stédile

Diário Carioca

No próximo sábado (17), completam-se 25 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. Em entrevista ao advogado Dudu Moreira, João Pedro Stédile, um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que é preciso tratar os mortos daquele episódio como “mártires”.

“O latifúndio se mantém em qualquer sociedade sob base da coerção e da violência, porque eles sabem que é uma injustiça. Tem essa mentalidade da classe dominante brasileira de ter latifúndio. Ele não é fruto do trabalho, sempre pressupõe uma violência”, afirmou.

“Depois que houve a redemocratização, que coincide com a criação do MST, foram assassinadas mais de 1.800 lideranças camponesas. Só 72 casos chegaram aos tribunais. Entre os 72, estão os casos que geraram mais espanto na sociedade. Mesmo no caso dos mártires dos Carajás, não podemos ficar quietos. Eles são mártires”, defendeu Stédile.

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Para relembrar as vítimas do Massacre, a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária do MST ocorre, pelo segundo ano consecutivo, com atos simbólicos e atividades virtuais por conta da pandemia.

Neste sábado (17), às 10h, acontece o Ato Político-Cultural Internacional que resgata a memória das vítimas e os 25 anos de sua impunidade. A atividade também celebra as batalhas do MST e debate os principais desafios da classe trabalhadora.

Veja o calendário:

10 a 17/04 – 15º Acampamento Pedagógico da Juventude da Sem Terra Oziel Alves Pereira;

16/04 – Ação nas redes sociais;

17/04 – Dia Internacional da Luta Camponesa. Ato Político-Cultural às 10h (virtual). Dia “D”, com ações simbólicas às 9h. Ação nas redes sociais com twittaço;

18/04 – Ações de solidariedade por todo o país;

21/04 – Ações do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”

Edição: Poliana Dallabrida


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