Prefeituras de todo o país, como a de São Paulo, Maringá, Campinas, Guarulhos, Bauru (SP), Jacaraú (PB), Paranavaí (PR), entre outras, declararam que não aplicaram doses do imunizante AstraZeneca vencidas, como publicou a Folha de S. Paulo, no dia 2 de julho, na reportagem “Milhares no Brasil tomaram vacina vencida contra Covid”.
Em nota, a maioria das prefeituras defendeu que houve uma defasagem no registro de aplicação de vacinas entre os sistemas municipais e dos estaduais e federal. Segundo a reportagem da Folha, 1.532 municípios teriam aplicado 26 mil doses vencidas. Desses, Maringá lideraria o ranking, com 3.536 aplicações posteriores ao prazo de vencimento.
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Segundo o secretário de Saúde do município, Marcelo Puzzi, “o lançamento no Sistema Conect SUS está diferente do dia da aplicação da dose. Isso porque, no começo da vacinação, a transferência de dados demorava a chegar no Ministério da Saúde, levando até dois meses. Portanto, os lotes elencados são do início da vacinação e foram aplicados antes da data do vencimento. Concluindo, não houve vacinação de doses vencidas em Maringá, e sim erro no sistema do SUS”, disse Puzzi ao G1.
O município de São Paulo também defendeu, em nota, que não houve aplicação de doses vencidas. Segundo a Secretaria de Saúde, o município “conta com um sistema robusto para todo o manejo de seus imunobiológicos”. “Dentro desse protocolo, a data de validade de todos os imunizantes passa por uma tripla checagem: no recebimento, na distribuição e na aplicação da vacina, inclusive, com a apresentação do frasco ao munícipe”, informou ainda a nota.
Isso não quer dizer que vacinas vencidas não tenham sido aplicadas no país. Não há, no entanto, dados sólidos sobre isso até o momento. A única informação concreta que se pode tirar da reportagem, portanto, é que há uma discrepância entre os sistemas municipais e os estaduais e federal, que dificultam a análise do avanço e da qualidade da vacinação no país.
A Secretaria de Saúde de Guarulhos, por exemplo, identificou 86 registros de doses vencidas ligadas a uma instituição privada, para a qual o município já solicitou esclarecimentos.
Edição: Rebeca Cavalcante