Campeã mundial, Nathalie Moellhausen briga pela medalha olímpica na espada

Diário Carioca

Estreia da atleta nos Jogos de Tóquio será nesta sexta-feira (23.07), a partir das 23h (de Brasília), no Makuhari Messe Mall

Confiança, calma e paciência. Essas são algumas das palavras usadas por Nathalie Moellhausen, campeã mundial de espada, para descrever os momentos que antecedem sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A brasileira vai para a pista na noite desta sexta-feira (23.07), a partir das 21h (de Brasília), no Makuhari Messe Mall. Candidata a medalha, a esgrimista está em seu melhor momento físico e técnico, conta com a torcida como impulso e quer usar sua participação para inspirar os brasileiros.

Nathalie se considera na melhor forma física e técnica possível. Foto: Pedro Ramos/ rededoesporte.gov.br
A atleta passou por diversos períodos de treinamento e dedicação intensiva. A preparação, segundo ela, é feita “no dia a dia e em cada momento”. Foi com esse pensamento que ela encarou os treinos nos últimos três meses, como competição. “Isso me pediu uma extrema concentração”, conta.

E é justamente essa concentração sua principal aliada. Mentalmente, Nathalie se descreve como serena e confiante. Em sua rotina, a ordem é encarar cada instante como uma prova para acalmar os nervos e trabalhar a paciência e a respiração.

100% Bolsa Atleta

Os dois representantes brasileiros nos Jogos de Tóquio são integrantes da categoria Pódio,a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal Brasileiro, executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a esgrima recebeu investimento direto, via Bolsa Atleta, de R$ 9,3 milhões. Os recursos permitiram a concessão de 480 bolsas para praticantes da modalidade em nosso país.

“As cinco horas de espera na chegada ao aeroporto de Tóquio foram uma oportunidade de treino mental. Na minha competição, vai ter muita espera entre cada combate. São cinco combates em 12 horas e esses períodos mortos entre um e outro acabam sendo determinantes na maneira de abordar o combate seguinte”, projeta a esgrimista.

A estratégia de trabalhar a paciência no dia a dia também tem um porquê: quando ela entra na pista, tudo fica de lado. O foco é total, seja nos momentos de treino, seja nos combates.

“A estratégia das adversárias já foi trabalhada na Europa, então agora é só praticar e afinar. E, no dia, adaptar meu jogo e técnicas em função da temática que terei em frente para resolver. Para mim é, sem dúvida, o melhor momento físico e técnico. Espero expressar toda essa energia que sinto no dia”, comemora a atleta.

Momento histórico

Antes mesmo de pisar na Vila Olímpica, os atletas já sabiam que o clima seria diferente. Diante da pandemia de Covid-19, a rotina precisa ser acompanhada de máscara, testes e outros protocolos de prevenção. Mas o país-sede, segundo Nathalie, é o ideal para uma competição nestes moldes.

“É uma Olimpíada totalmente diferente, estamos sendo parte de um momento histórico importante. Gosto da cultura japonesa e a organização desta edição é o reflexo dessa cultura. Está tudo super organizado, combinado. Isso me dá tranquilidade, serenidade”, explica.

Para a esgrimista, com ou sem restrições, é impossível não sentir o clima olímpico. Ao reconhecer as dificuldades e os problemas trazidos pelo novo coronavírus, Nathalie acredita que pode haver aprendizados e momentos positivos durante os Jogos Olímpicos.

“Sei que é uma Olimpíada que gera polêmicas, críticas. Mas uma vez que a gente chega aqui, já estamos no clima olímpico. E apesar de ser um clima diferente do que foi no passado, a vida é assim. Tudo muda, nenhuma experiência é igual a outra. Não vou nem comparar com o que foi no passado, já está sendo uma experiência linda e positiva para mim. Vou pegar tudo que é bom para o futuro”, diz a atleta.

Fonte: Confederação Brasileira de Esgrima

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