A Prefeitura e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a ONG Redes da Maré, vão realizar, entre os dias 29 e 31 de julho, uma ação de vacinação em massa com mais de 30 mil moradores do Complexo da Maré. Os participantes da pesquisa serão acompanhados durante seis meses para monitoramento dos efeitos da vacinação em larga escala e da pandemia na comunidade.
O estudo na Maré também avaliará aspectos como a efetividade da vacina, medindo anticorpos e verificando a taxa de proteção direta conferida e a imunidade de rebanho (proteção indireta); a ocorrência de eventos adversos pós-vacinais nos imunizados; a transmissão e circulação de diferentes variantes; e a dinâmica epidemiológica do coronavírus no complexo de comunidades.
Os moradores da Maré cadastrados nas unidades de saúde da localidade até esta sexta-feira (23/07) e que ainda não foram convocados pela campanha de vacinação em andamento serão organizados para receber as doses da vacina por faixa etária. No dia 29 de julho, serão vacinadas pessoas entre 33 e 25 anos; no dia 30, os moradores entre 24 e 18 anos; e, em 31 de julho, quem tiver 18 anos ou mais. A vacinação ocorrerá nos três dias das 8h às 17h, em 121 pontos de vacinação no complexo, em clínicas da família, centros municipais de saúde, associações de moradores, escolas e na Vila Olímpica da Maré.
Vacinação supera 70% da população alvo
Esta semana, o município do Rio atingiu 5 milhões de doses totais aplicadas e superou a marca de 70% da população adulta vacinada com a primeira dose (D1) contra a Covid-19, sendo quase 30% dela com o esquema vacinal completo. Um dos principais grupos prioritários, 90% dos idosos já tomaram as duas doses das vacinas. Convocada para a vacinação esta semana, a faixa etária entre 30 e 39 anos – a maior delas, com cerca de 1 milhão de pessoas – ainda apresenta baixa cobertura vacinal. Por isso, a SMS estendeu as repescagens por três dias consecutivos, até este sábado (24), para garantir que esse público se imunize.
Até a última quinta-feira (22/07), 3.641.320 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer no Rio, e outras 136.072 receberam o imunizante da Janssen, que tem o esquema vacinal de dose única (DU). Esse total representa 71,5% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos) com a imunização iniciada ou concluída. Entre as pessoas que seguem o esquema vacinal de duas doses, 1.394.101 já receberam a segunda dose (D2).
– Poucos países conseguiram o que a gente alcançou, a alta cobertura vacinal em muitas faixas etárias. Traz muita satisfação para a secretaria e para a sociedade, e é um sinal de que as pessoas acreditam na vacina. Esse é o nosso desafio pra que a gente diminua a transmissão comunitária na população que mais circula, os mais jovens – ressaltou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ratifica que todas as vacinas ofertadas são comprovadamente eficazes e seguras, e são oferecidas aos cidadãos de acordo com a disponibilidade de cada ponto de vacinação (PV). A população deve garantir a dose da vacina na data em que sua idade for convocada, sem preferência por fabricante no momento em que dirigir ao PV.
– Infelizmente muita gente está deixando para se vacinar no dia da repescagem. Fica o pedido, ajude a campanha. Definimos a data correta para as pessoas se vacinarem. É muito importante que procurem se vacinar no seu dia. Quando deixam para a repescagem, causam uma flutuação muito grande no movimento nas unidades e atrapalham a campanha. Além de se prejudicarem, prejudicam as pessoas a sua volta. Recomendamos que, se estiver elegível, vá se vacinar o quanto antes – destacou Soranz.
É fundamental também que as pessoas fiquem atentas à data de retorno para a segunda dose (anotada a lápis no comprovante da D1) para garantir a eficácia da vacinação. Quem estiver com a D2 em atraso deve retornar ao local de vacinação onde tomou a D1, o quanto antes, para completar a proteção contra a covid-19.
– Proteção completa somente com a segunda dose. Não percam o prazo recomendado, não atrasem – orientou Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da SMS.
A SMS disponibiliza 280 pontos de vacinação em toda a cidade, funcionando de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e mais informações sobre grupos prioritários, documentos etc. estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS e da Prefeitura do Rio. Neste sábado (24), serão vacinadas pessoas com 35 anos ou mais.
– Pedimos também que as empresas liberem seus profissionais e incentivem seus colaboradores a se vacinar. Reservem um período, façam estratégias customizadas, como estender o horário de almoço ou que saiam mais cedo. Ajuda a evitar aglomeração em dia de repescagem e que todos estejam protegidos, evitando a transmissão no ambiente de trabalho – sugeriu Garcia.
PaqueTá Vacinada
Neste domingo (25), ocorre mais uma etapa de vacinação do projeto PaqueTá Vacinada, em parceria com a Fiocruz. Os cerca de 400 adolescentes entre 12 e 17 anos residentes da Ilha de Paquetá receberão a primeira dose da vacina contra Covid-19, como parte do estudo que analisará os efeitos da vacinação em massa, tais como a segurança do imunizante, a proteção também de pessoas não vacinadas e a eficácia a cada dose recebida. Com a cobertura vacinal total da população alvo, o monitoramento epidemiológico da pandemia na ilha será feito por um período estabelecido.
Diferentemente dos adultos participantes do projeto, que, em 20 de junho, receberam doses de AstraZeneca, os adolescentes receberão a vacina da Pfizer, já que é o único imunizante atualmente disponível com autorização da Anvisa para aplicação nesse público. A segunda dose das vacinas, tanto para adolescentes quanto para adultos, será aplicada em 15 de agosto.
Avaliando mais de 2,3 mil exames sorológicos coletados na ilha, dados preliminares do estudo indicam que 21% das crianças e adolescentes apresentam anticorpos contra a covid-19 por terem sido expostos ao coronavírus. Além disso, antes da primeira dose do projeto ser aplicada nos voluntários, 40% dos adultos não vacinados e 90% dos vacinados previamente à pesquisa testaram positivo para a presença desses anticorpos.
Cenário epidemiológico
A Secretaria Municipal de Saúde identificou, em conjunto com os laboratórios de referência, um total de 27 casos de residentes do município do Rio confirmados com a nova variante Delta. A investigação epidemiológica está em curso pelas equipes da Vigilância em Saúde da SMS. Os casos investigados até o momento não têm histórico de viagem.
Na última semana, 136 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, todos moradores locais. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 908, sendo 769 residentes. Além dos 27 casos da Delta (B.1 617.2) já citados, são 730 casos da Gamma (P.1) e 12 da Alfa (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 48 faleceram, 21 permanecem internados e 700 já são considerados curados.
Independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas para a população: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70 ou, quando possível, água e sabão; além das demais medidas de proteção à vida estabelecidas na Resolução Conjunta SES/SMS Nº 871 de 12/01/21, que podem ser consultadas em coronavirus.rio.
– Nosso pedido para quem está na cidade é continuar usando máscara e álcool em gel e evitar se expor desnecessariamente. Ainda precisamos muito da colaboração de todos para evitar a disseminação da Covid-19 – destacou o secretário Daniel Soranz.
A apresentação do 29º Boletim Epidemiológico do Município do Rio, na manhã desta sexta (23/07), apontou o mapa de risco da cidade para Covid-19. Entre as 33 regiões administrativas do município, nove apresentam risco moderado (classificação amarela) para transmissão do coronavírus: Portuária, Ramos, Penha, Bangu, Santa Cruz, Ilha do Governador, Santa Teresa, Maré e Vigário Geral. As demais estão na classificação laranja (risco alto). Os indicadores considerados na análise do mapa de risco da cidade são as internações e óbitos registrados semanalmente. As médias móveis desses dois dados têm apresentado tendência de queda sustentada há algumas semanas na capital.
O 29º Boletim Epidemiológico mostra que, desde março de 2020, o Município do Rio soma 386.769 casos de Covid-19, com 29.752 óbitos. Em 2021 são 174.146 casos e 10.768 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 6,2%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 161,6 a cada 100 mil habitantes, contra 285/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 2.614,3/100 mil, quando em 2020 era de 3.191,9/100 mil.
Medidas de proteção à vida
As medidas de proteção à vida estabelecidas no decreto nº 48.912, de 27 de maio de 2021, foram prorrogadas até 9 de agosto, mantendo o nível de alerta para cada região. A fiscalização das indicações do decreto é feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), Guarda Municipal e Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)