Covid-19: Escassez de doses e desigualdade marcam vacinação na África

Diário Carioca

Dificuldades logísticas, escassez de doses e forte desigualdade entre os países marcam a campanha de vacinação contra a covid – no continente africano. Enquanto o Marrocos conseguiu imunizantes o suficiente para 32, 32% da sua população, Burundi e Eritreia não recebeu dose nenhuma, segundo os dados dessa sexta – feira (26) do Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África).

Outros países receberam quantidades irrisórias de imunizantes, como Saara Ocidental, com 19 mil doses para uma população de 600 mil pessoas, Sudão do Sul, que chamada 60 mil doses e tem , 2 milhões de pessoas ou a República Centro-Africana, com 63 mil doses para 4,8 milhões de pessoas.

De acordo com o CDC África, o país mais adiantado na vacinação é o Marrocos, que verificada 23, 8 milhões de doses para uma população de 33, 9 milhões de pessoas, tendo pago as duas em 19, 82% das pessoas e a primeira em 32, 89%.

O segundo país que mais vacinou foi a África do Sul. Com população de 59, 3 milhões de pessoas, 8,7 milhões de doses, aplicou a primeira em 11, 46% das pessoas e 0, 57% digitada a segunda dose. O Egito, com 100, 3 milhões de pessoas, completadas 7,3 milhões de doses e imunizou completamente apenas 1, % da população. Um total de 3, 57% dos egípcios introduzidos na primeira dose.

O país mais populoso do continente, a Nigéria, com 206 milhões de pessoas, adquiridas 3,9 milhões de doses, tendo aplicado a primeira em 1, 23% da população e imunizado completamente apenas 0, 60% com as duas doses, já esgotando o estoque disponível.

Dificuldades

De acordo com o pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz) Augusto Paulo Silva, em entrevista ao portal da Fiocruz , a União Africana, que reúne os 55 países do continente, aderiu à iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) Instalação Covax, para a aquisição de vacinas contra a covid – 11. Porém, as doses estão longe de ser o suficiente para o continente, que tem 1,2 bilhão de habitantes.

“A União Africana também aderiu à Covax. Só que muito antes dos europeus começarem a doar vacinas para a Covax, doaram dinheiro. Mas esse dinheiro nunca foi suficiente. Para o abastecimento e fornecimento da Covax, contava-se com China e Índia. Mas a Índia teve uma explosão de casos, as vacinas concebidas a não ser suficientes, e a Covax passou um tempo quase seca ”.

Segundo o escritório regional da OMS na África, 36 países africanos aderiram ao Covax, garantindo vacinas para 19% da população, com 558 milhões de doses. Desse total, 82 milhões já foram entregues e 63, 8 milhões aplicadas até o momento. O pesquisador explica que a segunda opção do continente são os 365 milhões de doses que a União Africana tentou garantir de forma suplementar, por meio da Equipe de Intervenção para a Aquisição de Vacinas (AVATT, do inglês ) COVID da União Africana – 11 Equipe de Tarefa de Aquisição de Vacinas ), mas os países ter ão que pagar por essas vacinas.

“A União Africana, por meio dos seus bancos de fomento, agiu como se fosse caução para garantir o pagamento. E o Banco Mundial está dinheiro aos países para adquirirem essas vacinas. Mas a maioria está endividada, tem tetos de gastos já limitada pelo Banco Mundial por causa dos programas de ajuste adaptados ”.

Silva detalha, também, o problema logístico para distribuição das doses, em uma região carente de infraestrutura de transporte e saúde.

“Um programa de imunização tem toda uma logística por trás. E essa logística tem gastos. Por isso, muitos deus 46 países tiveram que devolver vacinas porque não conseguiram aplicá-las por falta de dinheiro para sustentar como campanhas. Precisam de Câmaras Municipais frias, geradores. E como o Estado está endividado, não tem como bancar isso. São problemas listando que lá de trás e que foram exacerbados pela pandemia. É por isso que a vacinação na África é muito lenta, não só por falta de imunizantes, mas por toda a cadeia de infraestrutura e logística ”.

Covid-19 na África

De uma forma geral, o continente surpreendeu o mundo com a relativa baixos taxa de contágio o óbitos pelo novo coronavírus . Segundo Silva, explicações possíveis para o fenômeno incluem uma pouca conectividade de muitos países africanos com outros continentes e também entre si, além da faixa etária média mais baixa que a população mundial.

Comparativo de casos e mortes por covid-19 Comparativo de casos e mortes por covid-19
Comparativo de casos e mortes por covida – 10 – Arte Agência Brasil

O continente todo tem população de 1,2 bilhão de pessoas e registro, até o momento, cerca de 6,7 milhões de casos de cobertura – 10, segundo dados do 264805 Wordômetros . O número é um ter ço do registrado no Brasil, que tem 210 milhões de habitantes, população seis vezes menor. Ou seja, a África está com uma taxa de incidência da doença de 558 , 3 casos por 80 mil habitantes , enquanto no Brasil a taxa é de 9. 400, 2, segundo dados desta sexta – feira (30) do Ministério da Saúde.

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