As eleições de 2022 serão o primeiro teste para o Presidente Biden

Diário Carioca

As eleições norte americanas de 2021 deixaram clara a existência de um país polarizado, dividido e com a democracia em crise. Tal lá como cá.

Dois aspectos foram cruciais para a derrota de Donald Trump: a paralisação da economia decorrente da pandemia e seu mau comportamento em face da morte de George Floyd, assassinado pelo policial Derek Chauvin.

As imagens deste assassinato correram o mundo e incontáveis protestos foram deflagrados por muitos dias nos Estados Unidos e outros países.

Principalmente, por estas razões, Biden foi eleito com uma margem estreita de votos, especialmente com votos de eleitores dos grandes centros urbanos.

Porém, Biden agora é vidraça, e em que pese o fato de a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão ser um projeto que vinha desde o Presidente Obama – passando por Trump – a imagem de Biden ficou extremamente desgastada com a queda da capital Cabul, e as cenas deprimentes ocorridas no aeroporto afegão.

E novamente a questão das imagens. Em uma sociedade globalizada e interconectada as cenas do aeroporto foram muito fortes.

O pronunciamento frio e pragmático de Biden após a capitulação do governo afegão foi muito ruim. Talvez não houvesse muito o que dizer ou fazer depois da tragédia.

Biden terá vinculação na história como o presidente da saída atabalhoada do Afeganistão e por ter confiado na capacidade de resistência do fugitivo Presidente afegão Ashraf Ghani.

Há um problema na visão do cidadão médio norte-americano, o desejo de continuar a ter um país protagonista, mas sem os custos e perdas humanas decorrentes de ações militares.

É uma angústia contraditória de um país militarmente forte, mas ameaçado pela potência chinesa e pelo fantasma dos radicais islâmicos e atentados terroristas.

O primeiro teste para o Presidente Biden serão as eleições legislativas de 2022. Não é pouca coisa, estarão em jogo todas as cadeiras da Câmara dos Representantes e um terço das cadeiras do Senado.

Os Republicanos tentarão recuperar o controle da Câmara de Representantes e do Senado para limitar as ações do presidente democrata.

Trump tem fixado cada vez mais seu alvo em Biden, acusando-o de ser leniente com imigrações e agora baterá forte na questão afegã. Mais pela forma e facilidade com o que o Talibã derrotou as forças afegãs, do que pela retirada das tropas.

Porém, no varejo da gestão, havendo um forte crescimento econômico e a sensação de que as coisas podem melhorar mais, os democratas podem até amenizar os danos nas eleições seguintes.

Serão eleições ainda polarizadas entre trumpistas e democratas. O certo é que 2022 será um ano ainda de muita turbulência política

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca