Qual olhar elegeria os melhores goleiros da história do futebol brasileiro? O olhar romântico, apaixonado do torcedor ou o olhar crítico, técnico do cronista especializado? Se bem pensarmos, creio que ambos se resvalem e até se confundam quando o desafio é elencar os maiores de todos os tempos, sim porque não há técnica que se sobreponha ao amor dedicado a um ídolo, tão pouco crítica que resista a uma paixão. Prontos, vamos lá?
Caso vocês não saibam, no dia 26 de abril, comemora-se o dia do goleiro, aquela posição ingrata, onde, muito frequentemente, sequer nasce grama. O goleiro é o sujeito que vai do céu ao inferno em duas jogadas e, não raro, será lembrado pela jogada que o levou ao inferno. São muitos os goleiros que se destacaram no futebol tupiniquim e aqui vamos obedecer a um critério, como se clicando em um nome nos deparássemos com um momento específico da história, como se clicando num endereço eletrônico, https://allvideoslots.com/pt, por exemplo, determinássemos a extensão de um estilo de jogo.
Moacyr Barbosa Nascimento, o Barbosa que se consagrou no Vasco da Gama e jogou pela seleção brasileira entre 1949 e 1953, é um destes goleiros que conheceu o inferno como nenhum outro. Responsabilizado pelo gol uruguaio que deixou mudo um Maracanã de duzentos mil torcedores, na copa do mundo em 1950, Barbosa foi, acima de tudo um bravo. Lutou contra a pecha de frangueiro a vida inteira, sofreu de depressão por conta disso, mas foram vinte e dois anos como profissional, quatorze deles (em duas passagens) pelo clube cruzmaltino. Uma lenda injustiçada.
Gilmar dos Santos Neves jogou profissionalmente por longos vinte e quatro anos. Foram apenas três clubes entre 1945 e 1969, Jabaquara, Corinthians e Santos. Defendeu a seleção durante dezesseis anos (1953/1969), sendo o único goleiro bicampeão mundial (1958 e 1962) pela canarinho. Gilmar foi campeão de tudo, paulista, brasileiro, Libertadores, bimundial pelo Santos. Único brasileiro entre os vinte melhores goleiros do século XX, segundo a IFFHS.
Vinte e sete anos como profissional, começando em sua terra natal, o Recife, onde atuou pelo Sport de 1955 a 1959, Haílton Corrêa de Arruda, entraria para a história do futebol brasileiro como Manga. Jogou em vários clubes do Brasil, além de Uruguai e Equador, onde encerraria a carreira pelo Barcelona local. Em todas as equipes, o pernambucano foi campeão. Apesar da carreira extensa como jogador e, posteriormente, como técnico, vive atualmente no Retiro dos Artistas.
O paulista de Ribeirão Preto, Émerson Leão, começou sua longa carreira como profissional de futebol em 1967, jogando pelo Comercial. Destacando-se no clube do interior, transferiu-se no ano seguinte para o Palmeiras, clube no qual jogaria até 1978. Depois viriam Vasco, Grêmio, Corinthians, novamente o Palmeiras (1984/1986) e, finalmente, o Sport Recife, time no qual encerraria sua carreira. Pela seleção jogou entre 1970 e 1986, sendo titular na copa de 1974. Polêmico, muitas vezes, agressivo, nunca se furtou a deixar bem clara sua posição de comandante, fosse como jogador ou técnico, Chegou a barrar o goleiro Taffarel, em 1997, quando treinava o Atlético mineiro.
E por falar em Taffarel, quem não se lembra do bordão “sai que é sua…”. O gaúcho de Santa Rosa, Cláudio Taffarel (1966), começou nas divisões de base do Internacional, onde se profissionalizou em 1985, lá permanecendo até 1990. Seguiu para o futebol italiano onde jogou pelo Parma e pelo Reggiana. Voltaria a atuar pelo Parma em 2001, clube o qual encerraria a carreira de dezoito anos em 2003. Nesse meio tempo jogou pelo Atlético mineiro e pelo Galatasaray da Turquia. Pelo selecionado brasileiro, jogou as copas de 1990, 1994 (tetra) e 1998. É o atual treinador de goleiros da seleção.
Nelson de Jesus da Silva, o Dida (1973) notabilizou-se como pegador de pênaltis. Jogou profissionalmente por vinte e três anos, defendendo clubes como Cruzeiro, Corinthians e Internacional, time no qual deu término à longa carreira. Mas foi pelo Milan da Itália que fez história, atuou por onze anos por lá (1999/2010).
“São Marcos”, era deste modo que imprensa especializada e torcedores se referiam a Marcos Roberto Silveira Reis. O pentacampeão (2002) mundial pelo Brasil jogou praticamente toda a sua carreira no Palmeiras (1992/2012), antes, de 1990 a 1992, atuou pelo Lençoense. Marcos é daquela estirpe que transcende os muros do clube e angaria admiração entre torcedores de outras agremiações.
Assim como Dida e Marcos, Rogério Ceni nasceu em 1973, na cidade de Pato Branco (PR), e começou sua carreira no Sinop do Mato Grosso. Naquele mesmo ano, 1990, veio para o São Paulo, onde faria toda a sua trajetória profissional, encerrada em 2015. Entre 1996 e 2006, foi convocado sucessivas vezes para a seleção, contudo nunca foi titular absoluto. Leal ao São Paulo, notabilizou-se pelos 131 gols marcados entre pênaltis e faltas, tornando-se o maior goleiro artilheiro de todos os tempos no mundo.
Não se trata de um ranking. Longe disso, a lista de extraordinários goleiros poderia ser bem maior. Em seus clubes ou atuando pela seleção, todos eles foram geniais, todos foram alçados ao panteão dos melhores por suas performances irretocáveis ao longo de décadas, todos avaliados com rigor e paixão.
Sergio Rocha