Queda de tiroteios no RJ com morte de miliciano Ecko representa “falsa paz”, diz Fogo Cruzado

Diário Carioca

A morte do miliciano Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, no dia 12 de junho provocou a redução do número de tiroteios em bairros da zona norte e da zona oeste do Rio de Janeiro. Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado e do Pista News mostra que nesses últimos três meses a queda foi de 34%.

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Em bairros da zona norte da capital fluminense, como Quintino Bocaiúva, Cascadura, Madureira, Campinho e Água Santa, localidades próximas à Praça Seca, na zona oeste do Rio, somados, concentraram 33 tiroteios no período: 40% a menos que no período anterior à morte de Ecko, em 12 de junho (55).

A queda nos tiroteios contrariou a intensa movimentação inicial após a morte do Ecko. Menos de 24 horas depois da morte, Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, começou a colocar em prática o plano de invadir uma das áreas que era controlada pelo rival. Mais de 100 homens ligados a Tandera invadiram a Manguariba, em Paciência, na zona oeste.

Ecko e Tandera eram sócios até dezembro de 2020, quando romperam.

“A quebra desta aliança colocou áreas em que Ecko e Tandera tinham sociedade sob disputa. Há ainda o fato do que a área de Paciência/Três Pontes representa: ali é o berço da milícia do Ecko, a central, onde pode haver, por exemplo, mais armas a serem conquistadas. Além da área, que é estratégica e simbólica”, explica Cecília Olliveira, do Instituto Fogo Cruzado.

Falsa paz

Cecília Olliveira explica que, apesar da queda nesses números levar a uma falsa conclusão de retorno da segurança nessas regiões, o momento atual não é de paz.

“A movimentação das ações criminosas são cíclicas. Em 2018, a despeito da intervenção militar federal na segurança do Rio, foi o ano de pico no número de tiroteios no Grande Rio. Aquele foi um ano onde os grupos se reorganizaram. Isso é uma falsa paz. Já que, por exemplo, caem o número de homicídios, mas aumentam o número de desaparecimentos”, conclui Cecília.

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Nestes três meses desde o que apontava ser o começo de longas disputas, foram poucos os bairros conhecidamente com presença de milícia a terem aumento nos tiroteios. 

Realengo, Santíssimo, Santa Cruz e Paciência, antigos redutos de Ecko, foram alguns dos poucos bairros onde o número de tiroteios cresceu, ainda que de forma modesta. Realengo aumentou de 27 para 28 tiroteios, Santíssimo de 2 para 3 tiroteios, Santa Cruz saltou de 7 para 14 registros, e Paciência de 2 para 6 registros. Foi na favela das Três Pontes, em Paciência, onde Ecko foi capturado e morto em operação da Polícia Civil.

Edição: Eduardo Miranda


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