Os endereços de quatro funcionários fantasmas do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) estão registrados no endereço de uma casa do presidente Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. As localizações estão cadastradas na Receita Federal e na Câmara Municipal do Rio e eram utilizadas para envios de comunicações fiscais e administrativas dos funcionários.
O acesso aos dados foi possível a partir da quebra dos sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro (Republicanos), autorizada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a pedido do Ministério Público do Estado (MP-RJ). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (13) no jornal Folha de S.Paulo.
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O imóvel foi adquirido em 2002 por Jair Bolsonaro e pela então mulher do presidente, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, que também é investigada no inquérito sobre funcionários fantasmas. Após a separação do casal, a casa se tornou propriedade de Bolsonaro em 2008 e foi vendida no ano seguinte.
Segundo o MP-RJ, os funcionários Gilmar Marques (ex-cunhado de Ana Cristina), André Luís Procópio (irmão de Ana Cristina), Andrea Siqueira Valle (irmã de Ana Cristina) e Marta da Silva Valle (cunhada de Ana Cristina) estão cadastrados no endereço e estiveram lotados no gabinete no mesmo período em que Bolsonaro e a ex-mulher viveram na casa.
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Os promotores do MP-RJ pediram a quebra dos sigilos de Carlos, Ana e de mais 20 pessoas e sete empresas por acreditarem que o gabinete do vereador utiliza o mesmo “modus operandi” do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Patriota) na época em que este exerceu o mandato de deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e protagonizou o caso que ficou conhecido como “rachadinha”.
Investigação
A investigação foi aberta em setembro de 2019, após a revista Época denunciar que Carlos Bolsonaro empregava sete parentes de Ana Cristina Valle, sua madrasta e ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Alguns dos funcionários moravam em outro estado e admitiram nunca terem pisado na Câmara dos Vereadores do Rio, onde estavam lotados, apesar de constarem em folha de pagamento.
O MP identificou que Carlos manteve e utilizou grandes quantidades de dinheiro vivo ao longo dos mandatos. Entre os fatos, o pagamento de R$ 150 mil em dinheiro na compra de um apartamento na Tijuca, na zona norte do Rio e R$ 15 mil para cobrir um prejuízo que ele teve na Bolsa de Valores.
Edição: Eduardo Miranda