O Solar Meninos de Luz completou em agosto 30 anos levando educação integral às crianças e jovens das comunidades Pavão/Pavãozinho e Cantagalo, no Rio de Janeiro, e, para homenagear sua idealizadora e fundadora, Iolanda Maltaroli, a Galeria de Arte Solar segue com a exposição ACQUA até o dia 16 de outubro.
A água, tema norteador da mostra que traz desde a técnica da aquarela até instalações, é a gênese do elemento material da vida no Planeta, e os trabalhos apresentados lidam com questões atuais, colocando em destaque uma reflexão sobre o homem e suas ações.
São nove artistas reunidos sob a curadoria de Osvaldo Carvalho, que apresentam obras em aquarela, como ‘Campo Transitório’, de Luiz Badia, e ‘Meu mar azul 1’, de Roberto Tavares; em técnicas mistas, como ‘Bixo #4’ (em tela), de Osvaldo Carvalho e ‘Escafandro’ (em papel Hannemulle 340g), de Hugo Bernabé; em monotipia, como ‘Chuva noturna’, de Julio Castro; em colagem expandida, como ‘Inocência 3’, de Dalton Romão; em site specific, como ‘Corredeira 2’, de Marcelo Monteiro’; em stencil, como ‘Iolanda’, de Raimundo Rodriguez, uma homenagem à fundadora do Solar Meninos de Luz; e em instalação, com técnicas de crochê e pedraria presentes na obra ‘Oceano imaginário’, do artista Arqueiro, discípulo de Ernesto Neto.
Osvaldo Carvalho explica que a exposição tem por seu mérito chamar as pessoas para celebrar a vida, sem esquecer ou desmerecer qualquer perda, pelo contrário, guardando as lições, não repetindo os erros, honrando a memória daqueles que nos foram caros para que não se perca no vazio da indiferença.
“Cada ser renasce em nossas lembranças, se faz presente nos exemplos que deixaram, no amor que cultivaram, no bem que prosperaram junto aos seus. Nós, os herdeiros, devemos isso a todos aqueles que nos dignificaram com suas lutas, com suas palavras de conforto nos momentos mais difíceis, nós que estávamos à mercê da maré.
Contudo, a água da vida não se faz só de lágrimas. Dona Iolanda Maltaroli, idealizadora e fundadora do Solar Meninos de Luz, nos deixou um legado que é testemunho disso, que reflete seu coração, fez de sua essência uma celebração da solidariedade, tanto quanto ressignificou o sorriso como expressão do acolhimento. A Galeria de Arte Solar é um desses expoentes de seu altruísmo, pois ela entendia que a arte também é uma forma de conhecimento que multiplica e liberta”, complementa o curador.
A Galeria de Arte Solar é a primeira e única galeria – estruturada com curadoria e calendário anual de mostras – situada em uma comunidade no Rio de Janeiro, e tem Patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Sunset Vigilância e Sunplus, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LEI DO ISS RJ). Agradecimento especial à Maneco Quinderé e Associados pelo projeto de iluminação. É aberta ao público de todas as idades e tem entrada gratuita. Todas as obras estão à venda com parte da renda revertida para o Solar Meninos de Luz.
Sobre o Solar Meninos de Luz
O Solar Meninos de Luz é um projeto socioeducacional que oferece educação integral para 430 crianças e adolescentes, em situação de vulnerabilidade social, nas comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, zona sul do Rio de Janeiro. Eles entram a partir dos 3 meses e seguem até completar o ensino médio. São 10h diárias, servindo 3 refeições e oferecendo mais de 30 oficinas, entre danças (hip-hop, ballet, jazz, sapateado), artes (teatro), esportes (capoeira e judô) e música (flauta, violino, violoncelo, coral, trompete entre outros), incluindo uma orquestra formada por alunos e moradores dessas comunidades.
Com 4.500m2 de área construída, no Solar encontramos: um teatro para 400 pessoas, um complexo poliesportivo, uma biblioteca comunitária, uma galeria de artes e um laboratório de ciências entre outros.
Em 30 anos de atuação, o Solar já transformou a realidade de centenas de jovens ao encaminhá-los para faculdades e para o mercado de trabalho. Aos poucos, reescreve a história dessas comunidades, através desses jovens que seguem os novos caminhos abertos por uma educação integral de qualidade, e hoje servem de inspiração para as novas gerações que veem neles o maior exemplo de que o sonho de ter uma vida melhor pode virar realidade.
Serviço:
Exposição “ACQUA”
Término: 16 de outubro (sábado), às 13h
Horários: Segunda a quinta-feira, das 9h às 17h30
Sexta-feira, das 9h às 15h30
Sábado, das 9h às 13h
Local: Galeria de Arte Solar – Rua Saint Roman, 149 Copacabana – Rio de Janeiro – RJ
Entrada livre e gratuita
E-mail: solar@meninosdeluz.org.br
ARTISTAS:
Julio Castro
Formado em gravura pela UFRJ com passagem pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage e UFRGS em Porto Alegre, dedica-se à produção artística desde os anos noventa. Participou das mostras A Paixão do Olhar MAM/RJ; Republicar Museu da República-RJ (1993); da XV ESTAMPA – Salão Internacional de Gravura e Edições de Arte Contemporânea em Madrid (2007); Plaisir d’Offrir#2 – Galeria Dagmar De Pooter / Antuérpia, Bélgica (2009); Rio X Córdoba, Museu Emílio Caraffa, Argentina, entre outras. Individualmente expôs no Rio de Janeiro, Pelotas, Porto Alegre, em Lisboa no Centro Português de Serigrafia (2007) e em Bruxelas no ARS117 (2009), espaços em que fez residência artística como artista convidado. Em 2019 realizou residência no Otawara Cultural Center no Japão onde produziu uma série de xilogravuras. Coordena o Estúdio Dezenove, espaço dedicado à arte contemporânea localizado em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, e desde 2011 é professor na área de Imagem Gráfica na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
Luiz Badia
Pintor e músico, Luiz Badia sempre compactuou com essas duas linguagens. Começou desenhando histórias em quadrinhos na infância e logo migrou para pintura. Estudou no MAM e no Parque Lage e depois ingressou na Escola de Belas Artes de Lisboa, onde morou por 5 anos. Realizou inúmeras individuais e coletivas por vários países. Em 2014 começou a produzir videoarte, conseguindo unificar sua pintura e sua música através de um projeto chamado Imagem Sonora.
Dalton Romão
Nasceu, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista essencialmente gráfico, Dalton navegou por diversas escolas de design. Trabalha com a construção e desconstrução da grade (malha de composição). Suas experiências estéticas abordam desde o conhecimento adquirido pelo Bauhaus, passando pela Escola de Ulm e da RayGun, de David Carson, até a desconstrução tipográfica atual. Trabalhou durante anos no meio da publicidade e da propaganda. Passou por toda a cadeia produtiva de projetos gráficos. Seu trabalho engloba anúncios, projetos de capas de livro, periódicos, cartazes e materiais gráficos diversos. Dalton Romão é artista gráfico convidado da revista 46pgs. da Comunidade Europeia. Possui trabalhos de composição gráfica em diversas coleções particulares.
Marcelo Monteiro
Com mais de dez anos de carreira, Marcelo Monteiro já participou de diversas mostras individuais e coletivas. A proposta poética amadurecida pelo artista, nos últimos anos, decorre de pesquisas e de sensorialidades adquiridas na prática e, ao mesmo tempo, são indicativos das próprias memórias e experiências vivenciadas por ele. Desde 2016 frequenta e monitora cursos na EAV/Parque Lage – Núcleo de Estudos Críticos e Curatoriais.
Arqueiro
O começo de tudo para Arqueiro foi no skate, onde profissional da área começou a fotografar eventos e campeonatos. Arqueiro trabalhou algum tempo como assistente de Guga Ferraz e, em 2009, pulou para o Ateliê de Ernesto Neto, craque no trançado de contas e náilon dos jacarés. Lá, Arqueiro aprendeu rapidinho a crochetar as tramas coloridas de Ernesto. A partir dessa experiência, Arqueiro começou a desenvolver suas próprias instalações, unindo o conhecimento das tramas com sua pesquisa nos animais de conta e náilon.
Roberto Tavares
Pintor e Gravador, diversas vezes premiado, Roberto Tavares é um nome sempre presente no principal circuito formador das novas gerações de artistas do Rio de Janeiro: Escola de Artes Visuais do Parque Lage e Centro de Artes Calouste Gulbenkian. Participou de dezenas de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior e suas obras integram renomadas coleções públicas e privadas. É um dos fundadores do Coletivo Imaginário Periférico e do Dez ao Cubo, tendo realizado, nos últimos anos, várias ações artísticas com os dois grupos.
De suas últimas participações, podemos destacar: Quem viver, Verão ! – Segunda edição“ – Sérgio Gonçalves Galeria, RJ – 2015 ; Dez ao Cubo + Dix au Cube, Galerie Génie de La Bastille – Paris – 2015; Maria de todos nós, Exposição comemorativa de 50 anos de carreira de Maria Bethânia – Paço Imperial – RJ – 2015; Cubo Além Mar-Dez ao Cubo, Fábrica Braço de Prata – Lisboa PT- 2017; “Escoderijo “ Espaço Carambola – Santa Teresa- RJ ; 2ª Bienal Sudamericana de Arte Impresso Contemporâneo Rio / Córdoba – Centro de Arte Contemporâneo- 2018; Abstratos e Geométricos – MARCO – Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul – 2018; “ Somos da Geração 80 – Alguns anos depois” Galeria Zagut – RJ – 2019 ; ReverberAção Abstrata – Coletiva, Galeria Espaço do Artista – RJ 2019; Doação D ! – Coletiva , Galeria Zagut – RJ 2019; 100 ao Cubo – Hiato Ambiente de Arte e Galeria Espaço do Artista – RJ 2019; Nove vezes dois – Olugar arte contemporânea , Fábrica Bhering RJ ; Sala de Leitura – Biblioteca Parque Estadual – RJ; Coletiva MUVUCATO– Olugar arte contemporânea, Fábrica Bhering RJ; E no mar estava escrita uma cidade – Coletiva, C. C. Laurinda Santos Lobo – RJ; Lugar de Afetos, uma coletiva do Dez ao Cubo, Espaço Cultural dos Correios – Niterói – 2020 ; Reset 21 , Espaço Cultural dos Correios – Niterói – 2021.
Hugo Bernabé
Artista visual, gravador, pintor e desenhista, também atuante na área de produção de exposições artísticas. Participou de residências artísticas com Raimundo Rodrigues, em 2017, e no SESC Niterói, em 2019. Ministrou oficinas de arte e criação no Centro Educacional Niterói (CEN), em 2014. Foi monitor de desenho de modelo vivo, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, EAV, nas aulas do Gianguido Bonfanti, de 2017 a 2018.
Trabalhou como monitor e impressor de gravura em metal no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, nas aulas de Roberto Tavares. Ministrou oficinas de arte e criação na semana de arte e design na UFF, no SESC Alagoas, SESC Niterói e na Universidade Federal São João Del-Rei, durante o inverno cultural UFSJ. Ministrou as oficinas “poética da ilustração”, “Xilogravura” e “Gravura em metal”, no Centro Cultural da UERJ. Realizou exposições individuais, entre elas: “os velhos pensamentos”, na ACM Lapa, Rio de Janeiro, em 2015, e “Ruídos Urbanos”, no Centro Cultural Abrigo de Bondes, Niterói, em 2017. Participou de exposições coletivas, como: “Memórias Transeuntes”, no SESC Alagoas, em 2019, “Cidades Invisíveis”, na Casa França- Brasil RJ, em 2018, “Pictoricidades”, no centro cultural da UFSJ, em São João Del Rei, em Minas Gerais, “Salve são Jorge 23”, na Fábrica de Espetáculos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 2017, “Projeto +NOVOS” e “Multiarte”, na Galeria Ismael Nery, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, no Rio de Janeiro, em 2017.
Raimundo Rodriguez
É artista visual brasileiro, nascido no Ceará, vivendo e trabalhando, atualmente, no Rio de Janeiro. Diretor de arte de minisséries de sucesso, sempre em parceria com Luiz Fernando Carvalho. Cofundador do grupo Imaginário Periférico, criador da Caza arte contemporânea. Artista multimídia, se interessa por todo tipo de expressão artística.
Osvaldo Carvalho
Mestre em Poéticas Visuais pela ECA-USP, iniciou suas atividades artísticas em 2000 com o Prêmio Interferências Urbanas. Desenvolveu seus estudos na EAV-Parque Lage e Oficina de Escultura do Museu do Ingá, Niterói, RJ.
Participou de diversas exposições coletivas e salões. Entre suas principais exposições individuais estão Balada de uma Noite Sem Fim, Galeria do Poste, Niterói, RJ (2019); Terra Prometida, Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (2018); Série Dinamarquesa, Artefato Galeria, Porto Alegre, RS (2018); Osvaldo Carvalho, Graphos: Brasil Galeria, Rio de Janeiro, RJ (2015); Fabulário, Galeria Hiato, Juiz de Fora, MG (2015) e Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ (2014); Plastic World, Cosmocopa Arte Contemporânea, RJ (2012); Em Trânsito, Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, TCU-DF (2012) e Fundação Cultural de Criciúma, SC (2011); Sala de Leitura, LGC – Arte Contemporânea, RJ (2010); Palavras Apropriadas, Castelinho do Flamengo, RJ (2008); Cartazes – Grandes Formatos, Museu de Arte Contemporânea, Campo Grande, MS (2010), Casa das Onze Janelas, PA (2007); Usina do Gasômetro, RS (2006), Museu de Arte de Ribeirão Preto, SP (2005); Sonho Dourado, III Mostra do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (2007); Diários, Espaço Furnas Cultural, RJ (2005).
Recebeu os Prêmios RespirArte pela FUNARTE e Arte Como Respiro pelo Itaú Cultural, ambos em 2020. Artista finalista na 7ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça, 2019. Premiado com a Bolsa para Desenvolvimento de Projeto no Prêmio Porto Seguro Brasil Fotografia, 2017. Residência Artística 6th International Art Workshop, Dinamarca, 2016. Destaque na Revista Digital da Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, em 2007