Madri, 9 out (EFE).- O rei emérito da Espanha, Juan Carlos I, que vive em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, desde agosto de 2020, pode voltar ao país europeu ainda este ano, de acordo com fontes próximas a ele, embora sem especificar se seria um retorno definitivo ou eventual.
Nesta semana, a imprensa espanhola informou que o Ministério Público do Tribunal Supremo planeja arquivar as três investigações abertas sobre os fundos que Juan Carlos I manteve no exterior por mais de um ano, por não ter comprovado indícios de crime.
Com essa decisão, o rei emérito “acredita que agora pode voltar”, após suas tentativas anteriores não terem evoluído devido ao risco de comprometer o filho, o atual monarca, Felipe VI.
Juan Carlos I está considerando viajar à Espanha antes do Natal, “mesmo em novembro”, de acordo com as fontes.
Os promotores estão inclinados a encerrar o caso devido à inviolabilidade que protegia Juan Carlos durante o período em que reinou, o que o isentaria da responsabilidade em supostas comissões que recebeu da Arábia Saudita no período em que um consórcio espanhol venceu a licitação para construir uma linha de trem-bala entre as cidades de Meca e Medina.
As duas regularizações com o fisco espanhol que ele fez em função do recebimento de uma doação de 5,3 milhões feita por amigos para suas despesas pessoais também fecham a porta em relação a um possível crime, já que não foi provado que ele escondeu fundos em paraísos fiscais.
MAIS DE UM ANO EM ABU DHABI.
Juan Carlos I embarcou para Abu Dhabi em 3 de agosto do ano passado depois que a Casa Real, com a aprovação do governo espanhol, concordou que era melhor para ele deixar a Espanha temporariamente em meio às suspeitas de fraudes fiscais.
Felipe VI deixou nas mãos de seu pai a escolha sobre seu destino no exterior.
A princípio, ele ponderou a opção de se estabelecer em Portugal, mas devido à relutância da Casa Real por causa da proximidade da Espanha, ele decidiu se mudar para o emirado a convite das autoridades do país árabe. EFE