Cidade do México, 11 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu em carta enviada ao mandatário mexicano, Andrés Manuel López Obrador, um aumento no “investimento no sul do México e no norte da América Central” para combater as causas da migração forçada.
“Espero trabalhar com você para ampliar a nossa cooperação especificamente aumentando o investimento no sul do México e no norte da América Central”, comentou Biden em carta datada de 6 de outubro.
O governante americano respondeu assim à carta que López Obrador o enviou no mês passado para insistir que os EUA apoiem a ampliação de seus programas sociais na América Central para mitigar o fluxo migratório.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, entregou a resposta na sexta-feira passada, durante a sua visita ao México, ao ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, que leu a carta em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Biden agradeceu ao governo mexicano por “financiar e implementar” o programa de bolsas de estudo Jovens Construindo o Futuro e o programa de reflorestamento Semeando Vida, dois dos planos de López Obrador implementados no México e exportados para a América Central.
Ele disse que os EUA “também estão testando programas de transferência de dinheiro condicionadas na região” e “consideram uma possível atividade piloto conjunta” com o México.
“Concordamos que a forma mais eficaz e sustentável de dissuadir potenciais migrantes de fugir das suas casas é combater as causas profundas da migração: falta de oportunidades econômicas, governança fraca, corrupção, violência e desigualdade”, disse Biden.
Segundo Biden, seu governo “intensificou” o seu compromisso com a América Central, de modo que no último ano os EUA “forneceram mais de US$ 600 milhões em assistência internacional a El Salvador, Guatemala e Honduras”.
Além disso, ressaltou que pediu ao Congresso mais US$ 861 milhões do orçamento de 2022 para a América Central e que, através de vários programas, está combatendo a insegurança econômica e a violência nesses países.
Nos últimos meses, a região registrou um fluxo migratório histórico com 147 mil migrantes indocumentados detectados no México de janeiro a agosto, triplicando o número de 2020, e um recorde de 212 mil migrantes indocumentados detidos só em julho pela agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês). EFE