Conflito com polícia em protesto de mapuches deixa 10 presos e 10 feridos

Diário Carioca

Santiago do Chile, 10 out (EFE).- Manifestantes que realizavam ato de apoio à população mapuche, a maior etnia indígena do Chile, entraram em confronto com a polícia do país, o que resultou na prisão de dez pessoas e um saldo de dez feridos, indicou a força de segurança local.

A marcha, convocada através das redes sociais, reuniu cerca de 1.000 pessoas na Praça Itália, no centro de Santiago. Depois disso, os manifestantes partiram em direção à Alameda, a principal avenida da capital chilena.

Entre os participantes do ato, estavam representantes de comunidades indígenas, na maioria mulheres, e muitas pessoas utilizando os trajes típicos mapuche. A bandeira Wenüfoye foi o principal símbolo utilizado no ato.

Os cartazes carregados pelos manifestantes tinham frases como “Liberdade aos presos políticos” e “Mais de 500 anos luta”, além de outros que faziam menção ao Dia Nacional dos Povos Originários, que é celebrado no Chile em 12 de outubro.

Algumas quadras após o início da marcha, a polícia antidistúrbios do país começou a atuar na dispersão do público, com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo, contendo aqueles que tentavam chegar ao Cerro Santa Lucía, um importante ponto de Santiago, para realizar uma cerimônia.

Alguns manifestantes responderam a ação das forças de segurança com o lançamento de pedras e outros objetos. O confronto durou cerca de 40 minutos, até o recuo do grupo que ainda seguia concentrado.

CONFLITO MAPUCHE.

No sul do Chile existe há várias décadas o chamado “conflito mapuche”, uma crise política entre as comunidades da etnia indígena, o governo do país e empresas que exploram terras consideradas ancestrais.

Os mapuche reclamam o território que habitaram durante séculos, antes da ocupação à força pelo Estado, no fim do século 19. Desde a ditadura de Augusto Pinochet, grande passe da região acabou ficando sob controle e empresas privadas.

Se tornaram frequentes, assim, ataques contra máquinas e edifícios. Inúmeros mapuches foram mortos em confrontos com agentes do governo, assim como policiais. Além disso, os indígenas consideram detidos como presos políticos. EFE

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca