Londres, 11 out (EFE).- Um medicamento em fase experimental desenvolvido pela AstraZeneca contribui para reduzir em 50% o risco de contrair doenças graves ou morte por covid-19, segundo revelou nesta segunda-feira a farmacêutica britânica.
Em um comunicado, a empresa apresentou os resultados da última fase de um ensaio mostrando que o AZD7442, uma combinação de anticorpos, alcançou uma redução “estatisticamente significativa” nos casos de forma grave da covid-19 ou mortes, em comparação com o placebo administrado em doentes não hospitalizados com sintomas leves a moderados do vírus.
Cerca de 90% dos participantes do estudo eram de populações com alto risco de progredir para casos graves da doença.
O estudo descobriu que uma dose de 600 miligramas de AZD7442 administrada por injeção intramuscular reduziu o risco de desenvolvimento grave da doença ou até mesmo de morte em 50% em comparação com pacientes sintomáticos que tomaram placebo por sete dias ou menos.
Naqueles participantes que receberam tratamento dentro de cinco dias após a apresentação dos sintomas, o AZD7442 reduziu o risco de desenvolver forma grave da doença ou de morrer em 67% em comparação com os pacientes que tomaram placebo.
Este ensaio com AZD7442 é o primeiro ensaio na fase III a demonstrar benefício na profilaxia como no tratamento da covid-19 e é facilmente administrado por injeção, observa a AstraZeneca.
“Com casos contínuos de infecções graves por covid-19 em todo o mundo, há uma necessidade significativa de novas terapias como o AZD7442, que podem ser usadas para proteger as populações vulneráveis de se infectar pela covid-19 e também podem ajudar a prevenir a progressão para doenças graves”, disse Hugh Montgomery, professor de Medicina Intensiva da University College London e principal pesquisador do ensaio Tackle.
Esses resultados positivos mostram que “uma dose conveniente de AZD7442 por via intramuscular pode desempenhar um papel importante no combate a essa pandemia devastadora”, acrescentou.
Por sua vez, Mene Pangalos, vice-presidente executivo da farmacêutica, destacou que esses resultados do AZD7442 somam-se às evidências que há para o uso dessa terapia tanto na prevenção quanto no tratamento da covid-19.
“Uma intervenção precoce com nosso anticorpo (AZD7442) pode obter uma redução significativa na progressão para doença grave, com proteção contínua por mais de seis meses”, enfatizou Pangalos. EFE