Entre os dias 18 e 24 de outubro (de segunda a domingo), acontece o 3º Festival Cine Inclusão, que apresenta filmes realizados e/ou protagonizados por pessoas com mais de 60 anos e realiza uma oficina para a inclusão digital de idosos. O acesso a toda a programação é grátis pelo site do evento – cineinclusao.com.br.
O projeto – idealizado e dirigido por Daniel Gaggini, produzido pela MUK e viabilizado pelo ProAC LAB – consolida-se como o único festival de curta-metragem que se dedica exclusivamente a essa faixa etária. Segundo o idealizador, “esta é uma camada crescente da população que, em sua maior parte, continua ativa e produtiva, sendo fundamental um novo olhar sobre o envelhecimento e todas as questões que se relacionam a esse processo”.
Na abertura, o evento faz homenagem à atriz Ruth de Souza, primeira mulher negra a protagonizar uma novela, que completaria 100 anos em 2021, 74 dos quais dedicados ao teatro, ao cinema e à televisão. A reverência inclui exibição do curta-metragem A Mãe e o Filho da Mãe, de Luiz Antonio Pilar, e uma live com participação do diretor do filme e com o biógrafo da atriz, Ygor Kassab, para falar de sua carreira e luta pelo protagonismo negro.
O festival é composto por duas mostras. A Mostra Competitiva exibe 16 curtas-metragens, na qual o voto do público vai eleger os três melhores filmes, que receberão prêmios de R$ 3.000,00, R$ 2.000,00 e R$ 1.000,00, respectivamente. Todos os filmes trazem a temática da terceira idade e/ou têm pessoas idosas como protagonistas. Já a Mostra Melhor Idade exibe oito obrasrealizadas por diretores/diretoras com mais de 60 anos, traçando um panorama expressivo de artistas profissionais e amadores que se dedicam à produção audiovisual.
A curadoria desta edição é do cineasta Victor Fisch e da pesquisadora e curadora Luciana Rossi. A programação eleita abre um leque de temas e reflexões, entre os quais: solidão, sexo, amor, arte e esporte na velhice, memórias e abandono. O público vai desfrutar da diversidade de estilos (ficção, drama, documentário, animação, arte) e apreciar produções primorosas – algumas delas com nomes importantes das artes cênicas do Brasil – como Lima Duarte, Osmar Prado, Lilian Blanc, Walter Breda e Marcélia Cartaxo – e oriundas de Portugal.
Como atividade paralela, acontece a oficina online ‘Desmistificando as Redes Sociais para a Terceira Idade’, dedicada a pessoas com mais de 60 anos, ministrada pela professora Daniele Foltran. A finalidade é orientar os participantes sobre como otimizar o uso do celular e das redes sociais para buscar informações, fazer publicações e interagir com amigos e familiares. Os interessados devem se inscrever pelo site.
“Além de dar visibilidade a filmes dentro deste contexto, o objetivo da terceira edição do Festival Cine Inclusão é propor, por meio da arte, a interação e o intercâmbio de experiências e conhecimento e debater sobre a importância da arte na inclusão sociocultural do idoso”, finaliza Gaggini.
O Cine Inclusão
A iniciativa do projeto Cine Inclusão é de Daniel Gaggini, artista e produtor que vem se destacando na realização de projetos dedicados à difusão de iniciativas culturais produzidas em regiões periféricas do Brasil. Em seu currículo, consta a realização da Mostra de Teatro de Heliópolis, o projeto/espetáculo Vira-Latas de Aluguel, o Festival Popular de Cinema de Itapeva e o projeto de capacitação cinematográfica Cine Inclusão.
A primeira edição do Festival Cine Inclusão foi realizada em 2015, contemplando as comunidades de Capão Redondo e Cidade Tiradentes, além do Memorial da América Latina. O evento – que reuniu mais de 400 espectadores, exibiu 26 filmes em 14 sessões gratuitas – capacitou 46 jovens em oficinas de cinema e produziu duas obras audiovisuais. Promoveu ainda um debate com participação dos institutos Criar e Querô e dos projetos É Nóis na Fita e Kaminu Filmes (Colômbia). A segunda edição aconteceu em 2017 nas Comunidades de Heliópolis e Paraisópolis e na Unibes Cultural. Foram exibidos 24 filmes, e 60 idosos moradores dessas regiões participaram das oficinas, que resultaram em dois curtas-metragens produzidos pelos então alunos da terceira idade.
Serviço / Programação
3º Festival Cine Inclusão
Início: 18 de outubro. Segunda, às 18h
Encerramento: 24 de outubro. Domingo, às 18h
Exibição/mostras: 19 a 23/10 – em www.cineinclusao.com.br
Lives: Instagram – @cineinclusao
Programação completa: no site
Informações: cineinclusao@muk.nu / (11) 97605-8684 (WhatsApp)
Ingressos: Grátis. Classificação: livre.
18/10 – Segunda
18h – Exibição do curta-metragem A Mãe e o Filho da Mãe, de Luiz Antonio Pilar.
18h20 – Live de Abertura
Homenagem à atriz Ruth de Souza
Participantes: Ygor Kasab (biógrafo da atriz), Daniel Gaggini (idealizador do Festival Cine Inclusão) e Luiz Antonio Pilar (cineasta).
Onde: Instagram – @cineinclusao
19/10 – Terça
18h – Início das exibições online: Mostra Competitiva e Mostra Melhor Idade.
Abertura da votação pelo Júri Popular.
20/10 – Quarta
Exibição online dos curtas: Mostra Competitiva e Mostra Melhor Idade.
21/10 – Quinta
Exibição online dos curtas: Mostra Competitiva e Mostra Melhor Idade.
22/10 – Sexta
Exibição online dos curtas: Mostra Competitiva e Mostra Melhor Idade.
10 às 12h – Oficina: Desmistificando as Redes Sociais para a Terceira Idade.
Ministrante: Danielle Foltran
Informações e ficha de inscrição (grátis): site do Cine Inclusão.
100 vagas. Público alvo: 60+. Plaraforma Zoom.
23/10 – Sábado
Até 18h – Exibição online dos curtas: Mostra Competitiva e Mostra Melhor Idade
10 às 12h – Oficina: Desmistificando as Redes Sociais para a Terceira Idade
2º dia da oficina. Informações e ficha de inscrição: site do Cine Inclusão.
18h – Encerramento da votação / Júri Popular – melhor filme / Mostra Competitiva.
24/10 – Domingo
18h – Live de Encerramento e Premiação.
Onde: Instagram – @cineinclusao
Filmes – Mostra Competitiva
Classificação: Livre
Alternativas Felizes para Quando o Sol Não Vem
(Ficção. 2020. 06:10 min. São Paulo/SP). De: Juliana Santana. Elenco: Ivonete Santana.
Sinopse: Uma mulher idosa em tempos de medo sobre uma pandemia relata o que sente sobre a saudade e a dor da perda, fazendo reflexões sobre a vida e sua trajetória de luta, revendo memórias em fotografias arquivadas, fazendo tentativas de análise sobre seu luto. Traz o sentimento da perda relatado em imagens que remetem a lembranças, solidão e cansaço; relatos de tristeza e melancolia, porém sobre a importância da vida, com muita fé e esperança, para quando o sol não vem, para que possa se apegar as coisas boas e seguir.
A Volta Para Casa
(Ficção. 2019. 16:09 min. São Paulo/SP). De: Diego Freitas. Elenco: Lima Duarte e Guilherme Rodio.
Sinopse: No domingo de Páscoa, Plínio, um marceneiro aposentado, espera a visita da família que não aparece. Anselmo, o jardineiro da casa de repouso em que ele vive, oferece-se para levá-lo até sua antiga casa. No trajeto, Plínio revisita suas memórias do bairro de Santana, em São Paulo.
Recôncavo
(Ficção. 2019. 10 min Brasília/DF). De: Pedro Henrique Chaves. Elenco: Terezinha da Mata e Celso Gomes.
Sinopse: Conceição cuida do marido doente e trabalha para sustentar a casa. Essa não era a velhice que desejava.
(Experimental. 2020. 03:22 min. Curitiba/PR). De: Grazi Labrazca. Elenco: Heloisa Reitenbach.
Sinopse: Vênus se olha no espelho e reconhece as marcas do tempo em seu corpo. Deleita-se com a beleza de sua figura, mas sua sabedoria é incompatível com o papel passivo de musa.
Ela que Mora no Andar de Cima
(Ficção. 2020. 14 min. Curitiba/PR). De: Amarildo Martins. Elenco: Marcélia Cartaxo e Raquel Rizzo.
Sinopse: Luzia vira “cobaia” dos doces e quitutes da vizinha confeiteira, Carmem. A amizade evolui para uma paixão platônica que traz um novo sabor para os dias amargos de Luzia.
(Drama. 2020. 13 min. São Paulo/SP). De: Karen Furbino. Elenco: Dirce Thomas e Marta Guerreiro.
Sinopse: Em uma sociedade organizada para o isolamento, Adalgiza ancora o tempo em seu apartamento, vive num mundo de quatro paredes, na calma ilusão de que o controla. No entanto, mais rápido que o soar da sua campainha, toda a bolha de calmaria em que está corre o risco de estourar. Ao abrir a porta, Adalgiza, sem perceber, já não teria tantos espaços vazios e até consegue sentir o começo do despertar de seu sonho ameno.
Posso Fazê Nada
(Doc. 2020. 20 min. Curitiba/PR). De: Welyton Crestani. Elenco: Edilson Gomes (Eddie Gralha), Welyton Crestani (Crestani), Ana Beatriz Albano (Anabeat), Enrico Costa (DOPE), Leomar Rodrigues (Lékinho), Eder Nichio (Edinho), Igor Leite (Dollynho), Lucas Francisco Maraba (Maraba), Gustavo de Lima Matos (Feeble).
Sinopse: Um convite para romper conceitos e mudar percepções. Pessoas mais vividas é o futuro; assim seremos se tivermos o privilégio de ter uma vida longa e ativa. Assim é o jovem senhor que representa a arte de rua, em Ourinhos, SP. Uma vida dedicada ao skate, à contracultura e àquela coisa toda de morango.
Os Porcos e a Reza
(Doc. 2020. 15:40 min. Jequié, Vitória da Conquista/BA). De: Rogério Luiz Oliveira e Filipe Gama. Elenco: Bau, Dona Ni e Seu Antônio Pinheiro.
Sinopse: O documentário registra uma criação de porcos e uma manifestação religiosa que tem como protagonistas os moradores e moradoras da região da Barragem de Pedras, no município de Jequié, no interior da Bahia.
Aula de Natação
(Ficção. 2017. 04:35 min. Cascais/Portugal). De: Pedro Pontes e Gonçalo Viana. Elenco: Joana Casado, Elizabete Espada, Justina Saraiva.
Sinopse: Em um rigoroso verão de uma pequena cidade do interior de Portugal, duas senhoras têm o sonho de aprender a nadar, mas a pacata cidade não dispõe de nenhuma piscina. Inesperadamente conhecem uma jovem professora de natação que resolve superar as limitações e lhes ensinar a nadar mesmo sem piscina.
(Drama. 2012. 17:52 min. São Paulo/SP). De: Pablo Ferreira. Elenco: Lilian Blanc, Walter Breda, Dani Smith, Caco Pontes.
Sinopse: Laura é viúva, mãe de Rita e avó de duas crianças. Quando se apaixona por Nestor, o amolador de facas do bairro, ela se depara com a resistência da filha, que se recusa a apoiá-la nessa nova relação. O despertar do desejo e a aventura de um novo amor depois dos 60.
A Retirada para Um Coração Bruto
(Ficção. 2018. 15 min. Cordisburgo/MG). De: Marco Antonio Pereira.
Sinopse: Ozório é um senhor que vive sozinho onde o ‘Judas perdeu as botas’, na zona rural de Cordisburgo, MG. Passa seus dias ouvindo rock no rádio enquanto vive o luto da sua companheira, até que um movimento no céu quebra sua solidão.
Eu Vejo Névoas Coloridas
(Doc. 2020. 18 min./ São Paulo/SP). De: Pedro Jorge. Elenco: Gisele Marie Rocha.
Sinopse: Gisele Marie Rocha é muçulmana e guitarrista da banda de trash metal Eden Seed. Ela segue buscando seu reconhecimento no meio musical sem que sua religião seja uma questão, mas para isso ela precisa ver névoas coloridas.
(Doc. 2020. 11:30 min. São Paulo/SP). De: Paula Sacchetta e Renan Flumian. Elenco: Isabel Dias e Antonio Caetano de Carvalho.
Sinopse: As pessoas vêm com prazo de validade? O tesão acaba? Acende a Luz, curta documental sobre sexo na terceira idade, convida o espectador a deitar na cama de Isabel, mas não para dormir.
(Ficção. 2020. 17 min./ Porto Alegre/RS). De: Nelson Diniz. Elenco: Sandra Dani, Clemente Viscaino, Liane Venturella, Maria Luíza Bufrem e Guilherme Carravetta de Carli.
Sinopse: Sob o guarda-sol de um quiosque na areia da praia, num momento íntimo familiar, um fato importante será revelado. Por um fragmento da existência desses personagens, podemos perceber seus afetos, suas fraquezas e suas relações com a vida.
(Ficção. 2018. 14:56 min. Petrolina/PE). De: Flávio Andrade. Elenco: Jean-Claude Bernardet.
Sinopse: “Era apenas o velho na mesa de jantar, sentado como se um cansaço glacial o tomasse por inteiro.” Nuvem Negra é a história de um homem comum. Cercado por sua família, seus desejos, sua memória. Inspirado no conto O Instante da Nuvem Negra, do escritor petrolinense Bruno Liberal.
Memória Presença
(Experimental. 2021. 3 min. São Paulo/SP). De: Gabriel Carneiro.
Sinopse: Vó ou as lembranças contaminam.
Filmes – Mostra Melhor Idade
Classificação: Livre
Um Café e Quatro Segundos
(Drama. 2018. 15 min. RJ). De: Cristiano Requião. Elenco: Osmar Prado e Samir Murad.
Sinopse: Dois torturadores se encontram para tomar um café, depois de mais de 30 anos sem se verem, para acertarem contas daquela época.
O All Star e o Sax
(Experimental. 2015. 5:32 min. SP). De: Ruy Bento Vidal. Elenco: Rosa Freitas, Samira Lochter, Ana Cristina Damasceno, Henrique Mello, Thiago Cavalcante e Thiago Capella.
Sinopse: O All Star e o Sax é sobre ser urbano. Ser humano numa sociedade de signos e afirmações de status, no contraponto entre ter e ser. Somos e temos todas as idades, gêneros e etnias. Somos muitos em um. E todos em nós. Entrada ou saída? Não importa. Só os sentimentos intensos.
Milkshakespeare
(Drama. 2020. 8:25 min. SP) . De: Roberto Borenstein. Elenco: Roberto Borenstein.
Sinopse: Um velho ator tem como sonho poder um dia participar de uma peça de Shakespeare, o maior dramaturgo da língua inglesa. Na solidão de sua casa, em época de quarentena, resolve interpretar algo para ser assistido virtualmente.
Monólogos com a História
(Ficção. 2019. 18:40 min. Lisboa/Portugal). De: Sol de Carvalho.
Sinopse: Qual o destino de um líder combatente depois de conseguir o seu objetivo de uma mudança radical? Qual papel os antigos revolucionários reservam para si próprios na pós-revolução? E que papel eles reservam para seus próprios filhos? O de continuadores da revolução e/ou beneficiários das benesses?
Castro Alves Leituras&Visões
(Experimental. 2019. 2:44 min. SP). De: Coelho de Moraes. Elenco: Thiffany Carvalho.
Sinopse: Thiffany Carvalho interpreta poema de Castro Alves no qual o condoreiro desabafa sua ira sobre o assunto escravidão.
Esculturas de Vera Lucchini
(Arte. 2020. 2:48 min. SP). De: Eduardo Carlos Pereira e Vera Lucchini.
Sinopse: Trata-se uma manifestação da artista Vera Lucchini, nascida em 1949, com roteiro de Eduardo Carlos Pereira, nascido em 1951, sobre a potente obra da artista na denúncia dos crimes e atrocidades contra mulheres.
Abelardooo, É Hora de Brincar!
(Animação. 2020. 8:40 min. SC). De: Maurício Roberto da Silva.
Sinopse: O escopo do curta-animação dá visibilidade à série de aquarelas produzidas por Abelardo da Hora, em 2002, as quais o artista dedicou às crianças das periferias de Recife, PE. Outro objetivo é levar o filme até escolas e movimentos sociais buscando reflexões sobre a importância da cultura lúdica popular, que é construída em espaços eivados de desigualdades sociais.
Você se Lembra?
(Documentário. 2020. 20 min. SC). De: Cris Fabi e Neusa Borges. Elenco: Cris Fabi e Neusa Borges.
Sinopse: Duas amigas se encontram virtualmente para contar suas histórias e memórias