Cairo, 16 out (EFE).- O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta sexta-feira a autoria do atentado que provocou a morte de ao menos 40 pessoas e tinha como alvo a minoria xiita durante as orações em uma mesquita na cidade de Kandahar, no sul do Afeganistão.
“Dezenas de renegados politeístas mortos e feridos em uma operação de duplo martírio visando um templo em Kandahar”, informou o EI em comunicado que também mostra uma imagem dos dois terroristas suicidas que cometeram o massacre.
“Dois cavaleiros do martírio correram para os maiores templos dos renegados politeístas na cidade de Kandahar, no sul do Afeganistão, e, assim que chegaram, um deles disparou contra os guardas”, afirma a mensagem.
O grupo acrescentou que “o primeiro mártir detonou seu colete explosivo em meio a uma multidão de politeístas no salão do templo, enquanto o segundo detonou seu colete explosivo no meio do templo”.
“As duas explosões causaram a queda de dezenas de renegados entre mortos e feridos, assim como uma grande destruição no templo”, conclui a nota.
O ataque foi cometido nesta sexta-feira na mesquita Imam-Bargah, o maior templo da minoria xiita em Kandahar, onde centenas de fiéis se reuniam para orar. Segundo fontes oficiais, pelo menos 40 pessoas morreram e 75 ficaram feridas.
Os talibãs lançaram uma operação especial contra o Estado Islâmico em várias províncias do país algumas semanas atrás, principalmente em Cabul e no reduto dos jihadistas na região de Nangarhar, para combater o que se tornou a principal ameaça ao novo governo do país.
O EI já realizou diversos ataques nos últimos anos contra aqueles que o grupo considera “apóstatas” xiitas, especialmente os hazaras. No caso desta sexta-feira, algumas das vítimas pertenciam à etnia pashtun, que é maioria no país e inclui os próprios talibãs.
O grupo jihadista multiplicou os ataques no Afeganistão desde que as tropas dos Estados Unidos saíram do país, em 31 de agosto, mas o maior ataque ocorreu antes, no dia 26 do mesmo mês, no aeroporto de Cabul, causando cerca de 170 mortes. EFE