Washington, 16 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, homenageou neste sábado os policiais que contiveram no dia 6 de janeiro o ataque ao Capitólio, estimulado por uma turba de apoiadores do ex-presidente Donald Trump.
“Há nove meses, seus irmãos e irmãs evitaram um ataque inconstitucional e totalmente antiamericano aos valores da nossa nação”, disse Biden durante um discurso em frente ao Capitólio aos agentes da polícia e suas famílias.
“Graças a vocês, a democracia sobreviveu; mas apenas porque os homens e mulheres da Polícia do Capitólio arriscaram as suas vidas”, acrescentou.
O ataque ao Capitólio, que deixou cinco mortos e 140 agentes feridos, tinha como objetivo impedir que o Congresso ratificasse a vitória de Biden nas eleições de novembro.
O discurso de Biden neste sábado buscou honrar a memória dos agentes que morreram enquanto faziam o seu trabalho em 2019 e 2020, em cerimônia anual na qual o presidente tem comparecido regularmente durante anos.
“Ser policial hoje é mais difícil do que nunca”, disse Biden, acrescentando que o público “espera tudo” dos agentes da lei, e cumprir esse trabalho está “além da capacidade de qualquer pessoa”.
O presidente recordou que 2020 “foi o ano mais mortífero de que há registros” para os agentes da polícia, e que este ano foi “pesado demais” para a profissão.
“Se não mudarmos o ambiente em que o trabalho é feito, vamos ter dificuldade em recrutar homens e mulheres suficientes que queiram fazer o trabalho”, advertiu.
O democrata não fez nenhuma menção às controvérsias em torno do racismo e da brutalidade policial que no ano passado desencadeou uma onda de protestos sem precedentes após a morte de George Floyd, cidadão negro que foi morto asfixiado por um policial branco.
Biden apoiou um projeto de lei que visa reformar os departamentos de polícia dos EUA. A medida proibiria as táticas que levaram à morte de Floyd e facilitaria processar os agentes que injustamente ferem ou matam cidadãos.
A maioria democrata na Câmara dos Representantes aprovou um projeto de lei com o nome de George Floyd no início de março, mas as negociações no Senado sobre o assunto fracassaram em setembro e a questão está paralisada. EFE