Putin nega aliança com China e critica Otan por aproximação com Ucrânia

Diário Carioca

Moscou, 21 out (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta quinta-feira os rumores da Otan sobre uma possível aliança militar com a China e acusou a entidade de iniciar um processo de “assimilação militar” da Ucrânia.

“Já dissemos muitas vezes. Não fizemos amizade com a China contra ninguém, e sim por interesse de ambos. Ao contrário da Otan, não estamos criando um bloco militar fechado. Não existe um bloco Rússia-China e não temos planos para criar um agora”, argumentou Putin durante o seu discurso na 18ª reunião anual do clube de debate Valdai em Sochi, no Mar Negro.

De acordo com o mandatário russo, falar de uma suposta ameaça de China e Rússia para o bloco militar ocidental “não faz nenhum sentido”.

Putin também mencionou a grande importância para Moscou de uma maior presença militar aliada na vizinha Ucrânia.

“A adesão formal (da Ucrânia à Otan) pode não acontecer, mas a assimilação militar já está acontecendo. E isso é uma ameaça para a Rússia”, declarou.

O governante denunciou o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, por ter aberto as portas da Otan para a Ucrânia durante a sua visita ao país vizinho nesta semana.

“Ele disse que todos os países têm o direito de escolher. Ninguém diz que não. Ninguém. Isso não é uma garantia de segurança para a Rússia. É claro que isso nos preocupa”, confessou.

Putin citou a lei ucraniana que impede a implantação de bases militares estrangeiras, mas advertiu que ninguém está impedindo a criação de centros de treinamento para a realização de manobras conjuntas.

Segundo o presidente russo, Bruxelas enganou Moscou quando, após a reunificação alemã, os aliados prometeram que as infraestruturas da Otan “de modo algum” se aproximariam das fronteiras da Rússia.

“Mentiram para nós”, afirmou, não excluindo a possibilidade de os EUA mobilizarem mais mísseis Tomahawk de pequeno e médio alcance em sistemas de defesa antimísseis na Polônia e na Romênia.

Putin observou que a Rússia prometeu não colocar tais mísseis na parte europeia do país, mas os EUA nunca responderam com a mesma moeda.

A Rússia anunciou na segunda-feira o encerramento da sua missão na Otan em Bruxelas e do gabinete militar de ligação e informação da aliança em Moscou, em resposta à expulsão de oito dos seus diplomatas da entidade. EFE

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