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Filme com Alec Baldwin foi alvo de denúncias de falta de segurança

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Javier Romualdo.

Los Angeles (EUA), 23 out (EFE).- Vários funcionários da produção do filme “Rust”, em cujo set o ator Alec Baldwin matou acidentalmente a diretora de fotografia Halyna Hutchins, denunciaram más condições de trabalho e falta de segurança nas filmagens.

De acordo com fontes citadas pelo jornal “Los Angeles Times”, seis pessoas, entre operadores de câmeras e assistentes, se demitiram em bloco horas antes do acidente fatal com Hutchins, já que em dias anteriores teriam havido problemas com armas cenográficas, que na opinião deles não foram devidamente supervisionadas.

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O Escritório do Xerife de Santa Fé, cidade do estado do Novo México (EUA), não quis fazer comentários sobre o caso, alegando que não terá mais informações até a próxima semana, pois a investigação continua.

Na tarde de quinta-feira, a produtora do filme “Rust” disse que o acidente foi causado por uma arma carregada com balas de festim, e não por munição real, embora as autoridades não tenham confirmado isso.

“Ainda nem começamos a investigação forense sobre essa questão”, disse o porta-voz do Xerife, Juan Rios, em comunicado publicado pelo portal “Deadline”.

Além disso, três funcionários da produção não identificados disseram ao “Los Angeles Times” que um grupo de técnicos reclamou que havia “uma falta muito grave de medidas de segurança” no set.

As queixas foram tão longe que, cerca de seis horas antes do tiro que matou a diretora de fotografia, seis operadores de câmera se demitiram e foram substituídos por pessoas que não eram membros de nenhum sindicato profissional.

RECLAMAÇÕES ANTERIORES DE CONDIÇÕES PRECÁRIAS.

Dois dias antes, Lane Luper, assistente de câmera filiado ao sindicato Aliança Internacional de Funcionários de Palcos Teatrais (Iatse), descreveu condições de filmagem precárias em uma série de comentários no Facebook revisados pela Efe.

“Neste momento, estou lutando para que minha equipe, neste filme, tenha quartos de hotel quando demoramos ou estamos cansados demais para dirigir uma hora de volta desde o local das filmagens até Albuquerque. Ou eles dizem não ou nos oferecem um motel lixo de beira de estrada que é usado como abrigo para mendigos”, escreveu.

Luper publicou os comentários em resposta a um vídeo no qual Baldwin incentivou o sindicato a convocar uma greve enquanto negociava um acordo com chefes de estúdios de Hollywood.

“Estou literalmente na produção do Novo México, com ele e os produtores, e estão tratando a equipe local como merda de cachorro”, afirmou, antes de acrescentar que eles “sequer” tinham pagado o que estava combinado.

Outra fonte apontou que Halyna Hutchins pediu melhores condições para sua equipe, embora não sejam conhecidos mais detalhes.

ALEC BALDWIN: “NÃO HÁ PALAVRAS PARA EXPRESSAR MINHA TRISTEZA”.

Baldwin, ator e também produtor do filme, disse na sexta-feira que ficou “com o coração partido” pelo acidente.

“Não há palavras para expressar minha tristeza e choque pelo trágico acidente que tirou a vida de Halyna Hutchins, uma mulher, mãe e parceira profundamente admirada por todos nós. Estou cooperando com a investigação para descobrir como ocorreu essa tragédia”, disse ele no Twitter.

O ator, que com o mesmo tiro também feriu o diretor do longa, Joel Souza, acrescentou que está em contato com o marido de Hutchins, que por sua vez falou com o portal “Business Insider”.

“Não vou poder comentar os eventos ou o que estamos passando neste momento, mas agradeço que todos estejam me apoiado muito”, disse Matthew Hutchins.

A diretora de fotografia, nascida na Ucrânia, formou-se no American Film Institute em 2015.

O incidente aconteceu na quinta-feira no rancho Bonanza Creek, um local para usado por muitas produções de Hollywood.

Durante os dias de filmagem, Halyna Hutchins compartilhou várias fotos no Instagram.

ERRO INEXPLICÁVEL.

Os profissionais da indústria também não conseguem explicar como uma arma cenográfica acabou causando a morte de alguém.

“Não há desculpa para que algo assim aconteça”, disse Steve Wolf, um especialista em armas usadas em produções cinematográficas, à rede “CNN”.

“Se você colocar uma bala de festim, você se certifica de que não há munição real no final. Está oca, é apenas pólvora e um pedaço de papel”, comentou.

Armas cenográficas podem ser reais ou imitações, mas as diretrizes exigem que haja um supervisor com o único trabalho de verificá-las antes de entregá-las ao elenco. EFE

romu/id

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