Cartum, 25 out (EFE).- Pelo menos três pessoas morreram nesta segunda-feira, após terem sido baleadas, durante as manifestações contra o golpe de estado dado por militares no Sudão, que encerrou um processo de transição democrática iniciado com a queda do ditador Omar al-Bashir, em abril de 2019.
“Se confirmou a morte de um terceiro mártir, por disparos das forças do conselho militar golpista”, informou pelo Facebook o Comitê Central de Médicos do Sudão, que ainda indicou o registro de mais de 80 feridos até o momento.
A organização, que desde a revolução de dois anos atrás atende os manifestantes e contabiliza as vítimas da violência, indicou que ainda está checando as informações de todos os que precisaram de amparo e daqueles que morreram hoje.
A Associação de Profissionais do Sudão, que liderou os protestos durante a convulsão social de 2019, alertou os manifestantes que os militares estão tentando retirar as barricadas em várias partes do país, para facilitar a movimentação e “continuar a campanha de detenções”.
“Advertimos as revolucionárias e os revolucionários que evitem os confrontos com estes criminosos”, indica comunicado publicado pela organização no Facebook.
Desde a divulgação da prisão do primeiro-ministro do país, Abdalla Hamdok, e de membros do gabinete de governo, foram iniciadas manifestações em diferentes pontos do Sudão, que chegaram a reunir milhares de pessoas.
Na capital do país, Cartum, houve registro de bloqueio de rodovias, além de incêndios de barricadas de pneus.
O general Abdelfatah al Burhan, líder do órgão máximo de poder dentro do processo de transição, dissolveu nesta segunda-feira o conselho de ministros e o próprio Conselho Soberano.
A decisão foi anunciada por Al Burhan, através de um comunicado que o general leu durante transmissão na emissora de televisão estatal sudanesa. O general, além disso, decretou estado de emergência em todo o território. EFE