Genebra (Suíça), 25 out (EFE).- A chilena Michelle Bachelet, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, condenou nesta segunda-feira o golpe de Estado ocorrido no Sudão e pediu que os militares “respeitem a ordem constitucional e deixem as ruas do país”.
Em comunicado, a Bachelet afirmou que o golpe de hoje ameaça o acordo de paz assinado em 2020, que colocou fim a décadas de conflito no país africano e “coloca em perigo os importantes progressos alcançados em direção à democracia e aos direitos humanos”.
“Seria desastroso se o Sudão retroceder, depois de ter colocado fim a décadas de ditadura repressiva”, afirmou a Alta Comissária da ONU.
A ex-presidente do Chile destacou que a democracia havia sido consolidada, após grande exigência da população sudanesa, o que voltou a ser demonstrado hoje, em manifestações públicas contra o golpe de Estado.
Bachelet exigiu aos militares “resolver mediante o diálogo e negociação as diferenças com a ala civil do Conselho de Transição”, criado após o golpe que derrubou o governo de Omar al-Bashir.
A representante da ONU ainda condenou a prisão do primeiro-ministro do Sudão, Abdalla Hamdok, assim como de vários ministros de governo e membros da sociedade civil, além de ter cobrado a “imediata libertação” de todos. EFE