Cidade do México, 25 out (EFE).- A caravana formada por milhares de migrantes que partiu há três dias da cidade fronteiriça de Tapachula, no estado de Chiapas, com destino à capital do México, está avançando nesta segunda-feira lentamente em direção à cidade de Huixtla.
Este êxodo migratório, formado por cerca de 4 mil pessoas, é a quinta caravana que tenta deixar Chiapas nos últimos meses.
Nesta ocasião pretendem chegar primeiro à Cidade do México, onde esperam poder realizar os procedimentos que lhes permitam viajar regularmente por todo o país nos escritórios do Instituto Nacional de Migrações (INM) do México.
Os migrantes, em sua maioria centro-americanos e haitianos, deixaram Huehuetán às 6h (hora local) após chegar a este município na noite de domingo.
Antes de deixarem a cidade, os estrangeiros rezaram e pediram ao governo mexicano que fosse sensível às mulheres e crianças que estavam viajando.
Embora muitos avancem juntos, várias dezenas de pessoas se distanciaram em pequenos grupos em frente ao grosso da caravana, incapazes de atender às mulheres e crianças que caminham lentamente.
“Nossos pés doem, há muitos riscos e temos medo que algo nos aconteça, viajo com meu filho e meu vizinho que tem oito filhos e tenho que ajudá-los”, disse a migrante Ingrid López, nascida na Guatemala.
Esta nova caravana foi lançada depois que as autoridades mexicanas frustraram o avanço de quatro caravanas de migrantes que partiram de Tapachula no início de setembro.
Naquela época, várias agências da ONU e ONGs criticaram o uso da força em operações para desmantelar essas caravanas.
O ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, garantiu hoje que o governo atuará com “prudência” diante da nova caravana de migrantes que saiu do sul do México e se dirige aos Estados Unidos, embora tenha destacado que Washington não os deixará atravessar a fronteira.
A região tem registrado uma onda migratória sem precedentes desde o início do ano, com um fluxo histórico de 147 mil imigrantes ilegais detectados no México de janeiro a agosto, o triplo de 2020.
Além disso, o número de prisões na fronteira dos Estados Unidos com o México no último ano fiscal atingiu números inéditos, com mais de 1,7 milhão de imigrantes detectados pelo Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês). EFE