Comitê da FDA recomenda vacina da Pfizer para jovens de 5 a 11 anos

Diário Carioca

Washington, 26 out (EFE).- Um comitê assessor da Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), agência dos Estados Unidos similar à Anvisa, recomendou nesta terça-feira a aprovação para uso de emergência da vacina contra a covid-19 da Pfizer para menores com idades entre cinco e 11 anos.

Após mais de sete horas de reunião, os especialistas da agência deram o aval para a recomendação com 17 votos a favor e uma abstenção.

O comitê teve de votar sim ou não sobre a questão de saber se os benefícios da vacina da Pfizer superam os riscos em jovens desta faixa etária.

A FDA precisa agora emitir a sua própria decisão sobre a questão, esperada por volta de 1º de novembro, para que depois os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) analisem a imunização deste grupo.

A previsão é que o próprio comitê assessor dos CDC se reúna nos dias 2 e 3 de novembro para examinar dados sobre a vacina da Pfizer para crianças de cinco a 11 anos, antes de a diretorada agência, Rochelle Walenksy, ter a última palavra sobre o assunto.

Durante a reunião desta terça-feira, o especialista Hong Yang, conselheiro de avaliação de riscos e benefícios do Escritório de Bioestatística e Epidemiologia da FDA, citou vários cenários possíveis sobre a forma como a pandemia pode evoluir.

Em todos os casos, os benefícios de imunizar as crianças “claramente” superam os riscos, disse Yang, citando a miocardite, uma inflamação do coração, como um dos possíveis riscos.

Sobre esta questão, disse que embora exista um risco teórico de miocardite em crianças e seja mais presente nos vacinados, particularmente em homens jovens, os benefícios da imunização parecem continuar sendo “fortes”.

Um pediatra dos CDC, Matthew Oster, que também falou na reunião do comitê, observou que não foram vistas taxas mais elevadas de miocardite causada pela vacina entre crianças com idades compreendidas entre 12 e 17 anos.

Em maio, os EUA autorizaram a vacina da Pfizer para adolescentes com 12 anos ou mais. Oster explicou que a miocardite pode ocorrer em crianças com síndrome inflamatória multissistêmica causada pela covid-19.

Segundo os CDC, embora não se saiba exatamente o que causa esta síndrome em que várias partes do corpo ficam inflamadas, sabe-se que em muitos casos ocorre em crianças que tinham covid-19 ou estavam perto de uma criança contaminada.

Os CDC acompanharam os casos de 5.000 crianças com a síndrome relacionada com a covid-19 e, segundo Oster, a agência “ainda não viu quaisquer sinais” que a ligassem às vacinas.

Concretamente, os CDC identificaram 24 voluntários que tinham sido imunizados antes de contrair a síndrome, e 18 deles tinham sido infectados com a covid-19.

“Não temos visto taxas elevadas (da síndrome) associadas à vacina em bebês e crianças mais velhas”, esclareceu Oster. EFE

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