Novo esporte aliado do meio ambiente recupera 25 toneladas de lixo na Espanha

Diário Carioca

Madri, 5 nov (EFE).- Enquanto os líderes mundiais buscam acordos favoráveis ao meio ambiente na conferência climática COP26 em Glasgow, na Escócia, um novo esporte surge para lutar pelo planeta.

Ele se chama “plogging”, chegou à Espanha via Ibiza, e em menos de três anos foi responsável pela coleta de mais de 25 toneladas de lixo e gerou um impacto econômico de 3,8 milhões de euros.

Mais de 6.500 pessoas e 290 organizações da Espanha aderiram a esta modalidade esportiva, que teve origem na Suécia – de onde vem seu nome, combinando a expressão sueca ‘plocka upp’, que significa coletar, e a inglesa ‘jogging’, ou corrida leve – e combina caminhar ou correr com a coleta de lixo.

“Cada vez mais pessoas e organizações em mais cidades da Espanha e do mundo estão cientes dos benefícios do esporte para a saúde. Se também pudermos melhorar as cidades e vilas em que vivemos, sensibilizar sobre a economia circular e agir contra a mudança climática, garantiremos nosso futuro e o das próximas gerações”, afirmou Óscar Caro, diretor da iniciativa ‘Plogging Tour’, à Agência Efe.

Essa iniciativa nasceu em Ibiza em 2018 e até hoje já percorreu cidades como Málaga, Palma de Mallorca, Sevilha, Madri, La Coruña, Barcelona, Bilbao, Valência, Zaragoza, Ibiza e Teruel e recuperou 25,4 toneladas de lixo de áreas protegidas, urbanas, de florestas e praias espanholas.

Nessas atividades, que fazem parte do Nationale-Nederlanden Plogging Tour – primeiro circuito da Europa a combinar esporte e ecologia – e contam com o apoio do Conselho Superior de Esportes da Espanha, foram recuperados resíduos de todos os tipos, desde produtos plásticos até latas, garrafas, artigos de higiene íntima, lenços, produtos têxteis, pneus, resíduos de construção e 1.492 pontas de cigarro.

Os organizadores do evento garantiram que esse tipo de iniciativa não é de interesse apenas das pessoas que têm consciência ambiental nas áreas onde ocorrem as disputas, mas também de visitantes de outros países que acabam atraídos pela “combinação de turismo e esporte” ligada à sustentabilidade.

O impacto não é apenas ambiental, mas também gera retornos econômicos. Fontes da organização disseram à Efe que todas as suas atividades geraram um impacto econômico de mais de 3,8 milhões de euros. Somente nas Ilhas Baleares, graças à dessazonalização do turismo que proporcionam, contribuíram com 1,5 milhão de euros durante a baixa temporada turística nas ilhas.

“Com ações locais, unidos e cooperando entre todos os atores sociais, podemos alcançar benefícios globais. A hora de agir é agora, como ficou claro mais uma vez durante a COP26 em Glasgow”, acrescentou Caro. EFE

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