Miami, 6 nov (EFE).- O escritor e dissidente cubano Raúl Rivero morreu neste sábado, aos 75 anos de idade, em Miami, vítima de um câncer, confirmou à Agência Efe o amigo pessoal e diretor do Movimento Democracia, Ramón Saúl Sánchez.
“Ele morreu escrevendo até seu último dia”, afirmou Sánchez, que lembrou que Rivero era membro do grupo de 75 comunicadores e ativistas levados à prisão sob acusações de conspiração durante a chamada “Primavera Negra” em Cuba, em 2003.
O dissidente, que de acordo com Sánchez preferiu manter-se longe dos holofotes em Miami, nos Estados Unidos, depois de ter vivido na Espanha, adoeceu durante os últimos meses e morreu na manhã de hoje.
O presidente do Movimento Democracia relatou que Rivero estava muito entusiasmado com o movimento juvenil que tomou as ruas da ilha em 11 de julho e com os movimentos planejados para meados deste mês. “Ele estava otimista, feliz com a reação dos jovens, mas tinha medo da reação virulenta do regime”, detalhou.
O dissidente havia advertido anos atrás que a violência utilizada pela polícia cubana contra o movimento de oposição era prova da “fraqueza e desordem” do regime castrista.
O poeta estava no exílio na Espanha desde 2005 e permaneceu no país europeu por uma década antes de se mudar para Miami, onde viveu com a esposa, Blanca Reyes, também dissidente, no bairro conhecido como Pequeña Habana. Segundo Sánchez, ela e a filha acompanharam Rivero o acompanharam na luta contra o câncer, que durou pouco tempo. EFE