La Paz, 8 nov (EFE).- O presidente da Bolívia, Luis Arce, destacou nesta segunda-feira que em um ano foram feitos progressos na busca por justiça para as vítimas da crise política de 2019 no país e no combate à pandemia do coronavírus.
O chefe de Estado apresentou à Assembleia Legislativa relatório sobre seu primeiro ano de mandato, que se concentrou na gestão da luta contra a Covid-19, na reativação econômica e nos processos judiciais que estão sendo seguidos pelos responsáveis pela crise de dois anos atrás, que para o partido governista foi um “golpe de estado”.
Arce começou seu relatório salientando que de 2019 até o final de 2020 houve “tempos de incerteza” e que as eleições que deveriam ter sido realizadas no início do ano passado foram adiadas algumas vezes pela ex-presidente interina Jeanine Áñez. Na visão do atual mandatário, o intuito da antecessora foi estender sua permanência no governo.
REFORMA JUDICIAL.
Arce lembrou que o relatório do Grupo Interdisciplinar de Estudos Independentes (GIEI) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) determinou que durante a crise de 2019 no país houve “graves violações dos direitos humanos”.
Por essa razão, seu governo está trabalhando em uma reforma judicial para que, em suas palavras, “a justiça esteja a serviço do povo” e para cumprir o mandato que recebeu do povo boliviano de governar com “justiça social”.
“O povo boliviano deu o mandato de memória, verdade e justiça para as vítimas de massacres, execuções extrajudiciais, tortura, perseguição e graves violações dos direitos humanos, e o de reforma judicial para garantir que a justiça esteja a serviço do povo e não do dinheiro”, destacou.
Com a reforma da justiça, o governo também procura combater a violência contra as mulheres, acelerar o processo de feminicídios e conter a corrupção.
O presidente também ressaltou que “o governo de fato isolou o país internacionalmente, sem legitimidade e diante do questionamento internacional optou pela desqualificação e agressão verbal como política, deteriorando as relações com vários países como México, Argentina, Espanha, Cuba, Rússia e China”.
GESTÃO DA PANDEMIA.
Na visão de Arce, durante o governo interino de Áñez o combate à pandemia foi caracterizado por altos índices de casos fatais acompanhados por um alto número de casos de infecção e um nível insuficiente de testes.
O presidente indicou que a taxa de fatalidade de casos passou de 6,2% na primeira onda de contágio em 2020 para 2,7% entre a segunda e terceira, em 2021.
A esse respeito, ele afirmou que seu governo focalizou a estratégia em três linhas de ação que eram testes em massa gratuitos, vacinação gratuita e fortalecimento do sistema de saúde a partir do nível central do Estado.
Arce lembrou que sob seu governo chegaram à Bolívia mais de 15,2 milhões de vacinas desde janeiro, das quais cerca de 7,9 milhões já foram aplicadas à população em três fases, começando com pessoal de saúde, depois com pessoas com doenças básicas e pessoas maiores de 18 anos. Atualmente, adolescentes de 16 e 17 anos estão sendo imunizados. EFE