Buenos Aires, 9 nov (EFE).- O governo da Argentina defendeu o acompanhamento da população da Nicarágua, para que “o quanto antes, se recupere o diálogo e a convivência democrática”, dois dias depois da reeleição de Daniel Ortega como presidente do país centro-americano.
“Reiteramos nossa preocupação diante da detenção de líderes opositores, assim como a necessidade de que o governo nicaraguense garanta o respeito dos direitos humanos de toda a população”, indicou comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores argentino.
A nota aponta que, para o governo presidido por Alberto Fernández, “a democracia pressupõe respeitar a diversidade ideológica e a participação cívica, sem restrições”.
“Devemos acompanhar o povo da Nicarágua, para que, o quanto antes, se recupere o diálogo e a convivência democrática”, aponta o texto emitido pelo Ministério.
O governo argentino, contudo, indica que manterá a “tradição democrática de não ingerência em questões internas de outras nações”, com referência aos resultados das eleições do país centro-americano.
“A República Argentina ratifica seu histórico compromisso com a defesa dos direitos humanos e apoia, com firmeza, o trabalho da Alta Comissária das Nações Unidas, Michelle Bachelet, sobre a situação da Nicarágua”, aponta o comunicado.
Ortega, que voltou ao poder em 2007, após coordenar uma Junta de Governo de 1979 a 1985, e de presidir a Nicarágua de 1985 a 1990, se encaminha para obter o quinto mandato, após receber 75,92% dos votos nas eleições realizadas neste domingo, de acordo com apuração preliminar.
O processo, contudo, esteve marcado pela detenção de sete pré-candidatos de partidos de oposição, da proibição de atividades de algumas siglas, prisão de jornalistas, empresários e líderes sociais, o que provocou repúdio da comunidade internacional, que indica que não reconhecerá a vitória do sandinista. EFE