Buenos Aires, 9 nov (EFE).- O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Cone Sul, o argentino Sergio Chodos, acredita que a Argentina fechará um acordo para refinanciar sua dívida com a organização multilateral “até março”, segundo uma entrevista publicada nesta terça-feira no jornal “Clarín”.
“O calendário é uma imposição da realidade, é claro quando deve ser finalizado, e isso deve ser em março, no máximo”, disse Chodos.
Ele ressaltou que as negociações entre o governo do peronista Alberto Fernández e o FMI incluem projeções de crescimento, arrecadação tributária e taxa cambial “por vários anos”, embora o programa final “terá que ser feito sem recessão”.
“O que os paladinos do ajuste estão propondo acaba mal. O programa terá que ser realizado sem recessão, estamos vindo do programa mais equivocado da história do Fundo”, afirmou.
O acordo “stand-by” que o FMI assinou há três anos com o então governo de Mauricio Macri (2015-2019) estipulava um empréstimo à Argentina de até US$ 56,3 bilhões, dos quais US$ 44,2 bilhões foram repassados.
Essa dívida, após a aplicação das variações de juros e taxas de câmbio, além de parcelas já efetuadas neste ano, era de US$ 43,092 bilhões no final de setembro, de acordo com os últimos dados oficiais disponíveis.
Pelo acordo feito há três anos, a Argentina deveria pagar ao FMI, entre capital e juros, US$ 19,020 bilhões no próximo ano, US$ 19,270 bilhões em 2023 e US$ 4,856 bilhões em 2024, compromissos que o governo de Alberto Fernández alega que o país não está em condições de cumprir.
Por este motivo, o governo argentino pretende chegar a um acordo com o FMI sobre facilidades estendidas para refinanciar a dívida, com taxas de juros mais baixas e prazos de pagamento de pelo menos 10 anos. EFE