Miami (EUA.), 14 nov (EFE).- Parte da comunidade cubana em Miami, nos Estados Unidos, saiu às ruas neste domingo para demonstrar apoio aos compatriotas que protestarão amanhã contra o governo da ilha caribenha e contra a repressão que afirmam já ter começado.
“Se Cuba está na rua, Miami também está”, foi o slogan utilizado pelos participantes do ato de hoje na cidade americana.
Os organizadores garantiram estar enviando uma mensagem para o governo presidido por Miguel Díaz-Canel, de que a comunidade internacional estará atenta ao que acontecer durante a passeata pacífica convocada para amanhã.
Nesta segunda-feira, funcionará em Miami um centro de informações do exílio, que reunirá e difundirá as notícias que chegarem de Cuba, caso as autoridades da ilha respondam os atos com a interrupção do serviço de internet.
Gritando palavras de ordem como “Liberdade”, “Pátria e vida” e “Abaixo a ditadura”, vestidos de branco, em maioria e portando bandeiras de Cuba e rosas brancas, os manifestantes se concentraram perto da Freedom Tower, ícone do exílio, depois de uma carreata que reuniu cerca de mil veículos.
Nas docas, cerca de 20 embarcações também agitaram bandeiras cubanas e demonstraram solidariedade aos participantes do ato de manhã, que foi proibido e considerado ilegal pelo governo da ilha caribenha.
Um dos líderes entre os exilados, Ramón Saúl Sánchez, do Movimento Democracia, disse ter expectativa que o protesto desta segunda-feira mostra que “os filhos de Cuba estarão unidos para conquistar a liberdade” e para “tirar de uma vez a tirania do poder por meio da luta cívica e pacífica”.
Orlando Gutiérrez, do Diretório Democrático e da Assembleia da Resistência Cubana, destacou que o exílio tem “a força moral” necessária para dizer às Forças Armadas que se unam pelo povo e não por uma ditadura.
Os ativistas, além disso, condenaram a retirada de credenciais de jornalistas da Agência Efe que atuam em Havana, o que recebeu rechaço de governos estrangeiros, da União Europeia e de organizações de imprensa.
“Enviamos nosso apoio aos irmãos da Efe, que, com grande valentia defenderam a liberdade de imprensa em Cuba”, afirmou Gutiérrez, durante discurso proferido diante do Memorial Cubano, monumento às vítimas do regime da ilha.
Neste sábado, as autoridades cubanas, sem aviso prévio, retiraram as credenciais de imprensa de jornalistas da equipe da Agência Efe, três redatores, um fotógrafo e um cinegrafista, dois dias antes da passeata contra o governo local, marcada para acontecer amanhã.
Hoje, foram restituídas duas credenciais para profissionais da agência, no caso, um redator e um cinegrafista.
A presidente da Efe, Gabriela Cañas, comunicou às autoridades cubanas que a decisão de restituir apenas duas credenciais é insuficiente e reforçou o apelo para que sejam devolvidas a todos os jornalistas da agência. EFE