Bruxelas, 15 nov (EFE).- O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva garantiu nesta segunda-feira em Bruxelas, na Bélgica, onde teve reuniões com representantes da União Europeia, que ainda não está fazendo “um discurso de campanha” e só em 2022 vai bater o martelo sobre se vai concorrer às eleições presidenciais.
“Não entendo que eu tenha feito um discurso de campanha. Eu não tenho pedido votos. Um discurso de campanha pede votos”, disse Lula em uma entrevista coletiva no Parlamento Europeu, onde hoje participa de um dia sobre a América Latina organizado pela bancada social-democrata europeia.
O ex-presidente reiterou que apenas em “fevereiro ou março” vai decidir, em conjunto com o PT, se vai concorrer às eleições de 2022.
“Meu partido vai ter candidato a presidente da República. Possivelmente em fevereiro ou março decidirei se vou ser candidato ou não, se o partido quiser que eu seja candidato”, afirmou.
Lula descreveu o atual presidente, Jair Bolsonaro, como “uma cópia mal feita” do ex-presidente americano Donald Trump.
“Bolsonaro não pensa, ele não entende nada além de fazer comentários pejorativos”, disse.
Por essa razão, mesmo sem confirmar se concorrerá ou não às eleições, Lula enfatizou que o PT tem que “ganhar as eleições, reconstruir o Brasil”.
Defendendo seu trabalho à frente do governo, o ex-presidente afirmou que quando chegou ao poder, em 2003, a inflação era de 12% e a dívida com o FMI era de US$ 30 bilhões, que foi paga em três anos.
Lula reuniu-se hoje com a líder dos sociais-democratas europeus, a espanhola Iratxe García, e ontem se encontrou com o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, com quem debateu as situações em Nicarágua e Venezuela, as relações bilaterais entre o Brasil e a UE e o acordo comercial entre esse bloco e o Mercosul. EFE