Miami, 16 nov (EFE).- Pelo menos 100 pessoas foram detidas arbitrariamente e 131 outras foram impedidas de sair de suas casas durante os protestos pacíficos desta segunda-feira em Cuba, informaram a plataforma Cuba Decide e o Centro de Reclamações da Fundação para a Democracia Pan-Americana nesta terça-feira.
Em comunicado conjunto, as duas organizações acusam a polícia cubana e as chamadas “brigadas de resposta rápida” de serem responsáveis pelas prisões e detenções dos manifestantes, chamadas de ” arbitrárias”.
A plataforma e a fundação criaram um centro de monitoramento no último fim de semana que até agora registrou pelo menos 100 pessoas detidas arbitrariamente para serem impedidas de participar da manifestação cívica, segundo a nota oficial. “Algumas prisões aconteceram com marcada violência como o caso dos irmãos Miranda Leiva”, denunciaram.
Vários ativistas como Zaqueo Báez, José Daniel Ferrer Cantillo, Berta Soler e Ángel Moya já foram liberados, enquanto outros continuam desaparecidos, ainda segundo a plataforma e a fundação. Elas também registraram pelo menos 131 casos de pessoas impedidas de sair de suas casas, em pelo menos 14 das 15 províncias do país.
Em muitos casos, de acordo com a nota, brigadas de resposta rápida lideradas pela polícia política realizaram atos de repúdio e permaneceram às portas dos ativistas, bloqueando seu caminho. Em outros, as patrulhas policiais os impediram diretamente de sair.
A manifestação deste 15 de novembro, que o governo não autorizou, foi frustrada por uma grande mobilização de forças de segurança nas principais cidades, bem como por ações individuais contra dezenas de ativistas, opositores e jornalistas independentes.
O governo cubano, através da voz de seu ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, chamou nesta segunda-feira a iniciativa de “operação fracassada” dos Estados Unidos. EFE