Madri, 18 nov (EFE).- O ministro da Presidência da Espanha, Félix Bolaños, confirmou nesta quinta-feira que o governo espanhol facilitou “documentalmente” a chegada do líder opositor cubano Yunir García ao país e que não houve “dificuldades”.
“A situação em Cuba nos preocupa e queremos ajudar os cubanos e seu bem-estar, e que seus direitos sejam garantidos”, afirmou Bolaños em entrevista à rádio “Onda Cero”.
Segundo fontes do governo, o cubano recebeu “um visto de curta duração e de validade territorial limitada”. Este tipo de visto, contemplado no Espaço Schengen, é concedido em casos especiais como razões humanitárias ou compromissos e obrigações internacionais.
Yunior García, organizador da passeata contra o governo de Cuba convocada para a segunda-feira passada, pediu nesta quinta-feira, em Madri, o fim da romantização do país, o qual definiu como “uma ditadura”, e frisou que a relação entre governo e povo “se tornou um casamento fracassado”.
Bolaños explicou que, em determinado momento, cogitou “a possibilidade” de García sair de Cuba, motivo pelo qual o governo espanhol tratou de “facilitar documentalmente” o que o ativista precisasse para chegar à espanha. O opositor desembarcou em Madrid com um visto na quarta-feira.
“Acreditamos que também é uma maneira de garantir que esta pessoa não tenha dificuldades”, ressaltou o ministro.
García concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, na qual afirmou que não pediu asilo à Espanha, que seu visto é de 90 dias e que voltará a Cuba.
“Se o regime me cala, está ganhando. Voltarei a Cuba quando passar a minha raiva”, disse García ao relatar as pressões que sofreu por parte do governo cubano e os motivos que o levaram a deixar o país junto com a esposa. EFE