Genebra, 18 nov (EFE).- A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou nesta quinta-feira a violência das forças de segurança do Sudão contra os manifestantes desde o golpe de 25 de outubro que já matou pelo menos 39 pessoas, 15 delas no último dia de protestos.
“É absolutamente vergonhoso que ontem tenham sido utilizadas munições reais contra manifestantes, após os nossos repetidos apelos para que as forças militares e de segurança não utilizassem força desnecessária ou desproporcional”, disse Bachelet em comunicado.
“Disparar contra grandes multidões desarmadas de manifestantes, deixando dezenas de mortos e muitos mais feridos, é deplorável e claramente destinado a silenciar as críticas, o que constitui uma grave violação dos direitos humanos”, argumentou.
A ex-presidente chilena fez estas declarações após a repressão violenta dos protestos contra o golpe de Estado militar na capital sudanesa, Cartum, e em outras cidades em 17 de novembro, o dia mais sangrento desde a revolta.
A maioria das mortes, pelo menos 11, foram relatadas em Cartum do Norte, uma cidade adjacente à capital, em Cartum e em Umm Durman, outra cidade próxima.
Fontes médicas disseram que pelo menos cem pessoas ficaram feridas nos incidentes, 80 delas por tiros, em uma repressão que envolveu também o uso generalizado de gás lacrimogêneo, disse a ONU.
Bachelet também pediu para que as autoridades sudanesas reabram as comunicações telefônicas e via internet, que foram completamente interrompidas desde a tarde de quarta-feira, e a respeitem o trabalho dos jornalistas que cobrem os protestos. EFE