Santiago (Chile), 21 nov (EFE).- O Chile começou neste domingo a apuração dos votos das eleições presidenciais mais decisivas e incertas de sua história recente, enquanto espera o fechamento de alguns dos mais de 2.800 centros de votação que ainda têm filas e que, por lei, devem permanecer abertos enquanto houver eleitores dentro.
Mais de 15 milhões de cidadãos foram convocados para eleger o sucessor do atual presidente, o conservador Sebastián Piñera, e renovar completamente a Câmara dos Deputados e parcialmente o Senado.
De acordo com as últimas pesquisas, nenhum dos sete candidatos presidenciais prevaleceria no primeiro turno e o deputado esquerdista Gabriel Boric e o ultradireitista José Antonio Kast disputariam o segundo turno em 19 de dezembro,
Apesar disso, especialistas concordam que estas são as eleições mais abertas das últimas décadas e que o candidato da direita no poder, o ex-ministro Sebastián Sichel, e a democrata-cristã Yasna Provoste também têm chances.
“Estas eleições não são sobre uma pessoa, são sobre um projeto coletivo e de sermos capazes de construir um Chile digno”, disse Boric, que se tornou popular há uma década como líder estudantil e é o candidato presidencial da coalizão Aprovo Dignidade, composta pela Frente Ampla e pelo Partido Comunista.
Kast, um advogado católico com uma forte posição anti-imigração e do Partido Republicano, disse que esta é uma eleição “crucial” para o futuro do país.
“Vamos continuar a trabalhar por um Chile livre e pacífico”, proclamou.
Com menos apoio, competem também o progressista Marco Enríquez-Ominami; Franco Parisi, um controverso economista que mora nos Estados Unidos, e Eduardo Artés, de extrema esquerda.
O voto é interpretado pelos especialistas como um confronto entre dois modelos, um que procura manter o status quo e outro a favor da mudança e de uma maior igualdade, gritos que estiveram presentes durante a crise social de 2019.
A participação dos eleitores é um dos grandes pontos de interrogação do dia, que passou sem incidentes, mas com longas filas e multidões, apesar do calor exaustivo.
Desde que a votação deixou de ser obrigatória no Chile em 2012, nenhuma eleição ultrapassou 50% dos convocados, com exceção do plebiscito de outubro, no qual 50,9% votaram. EFE