Nursultan, 9 jan (EFE).- O governo do Cazaquistão considera a situação estabilizada em todas as regiões da república da Ásia Central, onde o número de detidos nos protestos e motins dos últimos dias já chega a quase 6 mil, muitos deles estrangeiros.
Durante uma reunião de gabinete de crise, o presidente Kasim-Yomart Tokayev foi informado neste domingo que “em todas as regiões a situação se estabilizou”.
“As forças de segurança liberaram todos os prédios administrativos e o trabalho dos serviços comunitários e outros sistemas básicos foi restaurado”, informou a presidência em um comunicado.
Tokayev salientou que os órgãos de segurança do Estado tomarão medidas necessárias para o pleno restabelecimento da ordem e da segurança no país.
Além disso, encomendou a criação de uma comissão constitucional para resolver as consequências dos distúrbios, incluindo a reconstrução de edifícios públicos e outras instalações essenciais para o funcionamento das cidades afetadas.
O principal foco de resistência continua sendo a antiga capital cazaque, Almaty, onde ainda se podem ouvir tiros e em cuja periferia ocorrem confrontos esporádicos entre a polícia e grupos de homens armados.
“Os guerrilheiros continuam oferecendo resistência armada. Há sinais de estabilização, mas também há bolsões de resistência sangrenta”, disse Erzhan Babakumarov, prefeito da cidade, à emissora de TV estatal “Khabar 24”.
Segundo o prefeito, a noite de ontem foi “relativamente tranquila”, e que já começaram as obras de reparação do mobiliário urbano e dos mercados.
Mas a operação antiterrorista continua na cidade, onde cerca de 850 pessoas foram presas por atos terroristas, saques e outros crimes.
Entretanto, o contingente militar russo concluiu hoje seu destacamento no território cazaque, onde desempenhará funções de manutenção da paz, incluindo a vigilância de instalações estratégicas.
A pedido de Tokayev, os líderes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), a aliança militar pós-soviética liderada pela Rússia, realizarão uma reunião virtual amanhã para discutir as medidas tomadas para normalizar a situação no Cazaquistão.
Várias dezenas de pessoas – incluindo 16 policiais e dois militares, e um número desconhecido de manifestantes, homens armados e transeuntes, incluindo vários menores – morreram nos maiores protestos em 30 anos de independência, de acordo com as autoridades.
Os protestos iniciaram de forma pacífica no início do ano devido ao aumento dos preços do gás, mas geraram violentos motins em várias cidades do país mais rico da Ásia Central. EFE
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