Rio tem carnaval de rua cancelado, mas crescimento da programação de festas privadas

Diário Carioca

Circula nas redes sociais uma lista com mais de 28 festas privadas agendadas para acontecer durante os dias do carnaval no Rio de Janeiro. A lista, no entanto, resume os eventos “alternativos” e não totaliza o número de bailes programados na capital na próxima semana.

Na primeira semana de janeiro deste ano, a Prefeitura do Rio cancelou o carnaval de rua, mas permitiu que os bailes fechados fossem organizados na cidade. No final do mesmo mês, foi a vez do desfile das escolas de samba da Sapucaí ser adiado para abril.

A justificativa do prefeito Eduardo Paes (PSD) divulgada com a decisão de cancelamento da folia foi que diferente dos cortejos ao ar livre, que chegam a reunir milhares de pessoas, nos locais fechados é possível controlar o acesso do público e exigir o passaporte vacinal.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que foi ao ar na última segunda-feira (14), porém, o prefeito admitiu que a escolha não foi baseada apenas em critérios científicos sobre a covid-19. 

“Teve um momento que teve um risco muito grande para o carnaval, de ser associado a uma festa ‘genocida’. O carnaval é uma celebração cultural, tinha que ser protegido. Eu achei que ia acontecer o que está acontecendo, a taxa de transmissão da covid caindo a essa altura. Mas tive que tomar uma decisão estratégica para preservar o carnaval e garantir o patrocínio para que a festa acontecesse”, disse. 

A liberação dos eventos privados e o cancelamento do carnaval de rua gerou críticas sobre o caráter pouco popular dos bailes com cobrança de entrada para a festa tradicionalmente democrática. Também levantou debates sobre a suposta segurança dos eventos fechados.

Segundo o pesquisador em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Marcelo Gomes, disse ao Brasil de Fato, na ocasião da decisão, ainda que no papel as exigências sejam estabelecidas, não é o momento de promover festas, especialmente em locais fechados. 

“O cenário epidemiológico atual sugere que o mais adequado, partindo do princípio da precaução, sob a ótica da saúde pública é de fato suspender as festas de carnaval, infelizmente. Como depende de fatores diversos que podem mudar ao longo desse período, é extremamente arriscado prever se até lá a situação epidemiológica estará suficientemente segura. É possível que esteja ainda em ascensão, inclusive”, afirmou ao Brasil de Fato.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca