O ataque comandado pelo presidente russo Vladimir Putin a Ucrânia iniciado nesta quinta-feira não causou comoção e medo em todo o mundo. A Repercussão é negativa, segundo o jornal americano “New York Times”, o presidente norte-americano Joe Biden deve anunciar sanções econômicas ainda mais severas contra a Rússia. Já o The Guardian, um dos principais jornais do Reino Unido, noticia os protestos internacionais em meio a decisão de Moscou de invadir a Ucrânia. A União Europeia, por exemplo, se comprometeu a impor sanções “maciças” que causarão graves consequências à Rússia.
E como fica a situação do Brasil em meio ao conflito na Europa?
Para o advogado, especialista em Direito Internacional, Leonardo Leão, CEO da Leão Group, escritório especializado em imigração, de imediato, o que mais deveremos sentir nos próximos dias é o aumento no preço da gasolina e de grãos como o trigo, por exemplo.
“Temos na zona de guerra a Rússia que é um dos maiores produtores de Petróleo no mundo, com capacidade de produção de mais de 10 milhões de barris por dia. O país é ainda o maior fornecedor de gás natural da Europa, o barril já bateu o preço de mais de U$ 100, isso faz com que tenhamos de imediato mais aumento no preço dos combustíveis no Brasil, a Rússia também é o polo de exploração e produção de diversas outras commodities, como minérios e grãos. A exportação desses bens também deve ser dificultada pelas sanções, causando ainda mais danos”, alertou Leão.
Ainda no aspecto econômico, o conflito na Europa, com o aumento do preço do petróleo, acaba impactando diretamente na inflação mundial, e consequentemente na brasileira, que já vem sofrendo altas desde o início do ano passado. A alta no preço do petróleo dificulta o trabalho do Banco Central de conduzir e controlar preços para controlar a inflação e isso acaba gerando adoção de taxas de juros mais altas por um longo período de tempo.
Diante de tantos impasses e incertezas, o jogo político também pode influir diretamente para os brasileiros. Para Leonardo Leão, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, errou ao fazer uma recente visita ao presidente russo, principal responsável pelo conflito na Europa.
“Infelizmente o presidente errou ao fazer uma visita desnecessária e manifestar apoio ao presidente Putin, economicamente e historicamente os Estados Unidos são parceiros mais importantes para o Brasil que os russos, e o que o presidente demonstrou nessa visita foi muito mais um ato contra o presidente Biden que pró Rússia, isso é muito ruim para o Brasil”, comentou o especialista em direito internacional.
Leão ainda lembrou que o Brasil tem hoje um assento não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e que os próximos passos do governo brasileiro influenciará muito mais sua percepção pela comunidade internacional do que qualquer comentário feito pelo presidente Jair Bolsonaro durante sua visita a Moscou na semana passada.
“As declarações de Bolsonaro na Rússia ao dizer que Brasil e Rússia pregam a paz mundial foram na contramão do que está sendo dito pelas principais nações, entre elas os Estados Unidos, a tendência é que o Brasil se mantenha neutro, até se abstendo de moções contra a Rússia, como foi no caso da invasão da Criméia em 2014, mas diante da gravidade da atual situação, e depois da visita inoportuna a Moscou do presidente, o Brasil pode sofrer mais críticas e pressões dos EUA”, finaliza.
Sobre Leonardo Leão
É especialista em Direito Internacional, advogado, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group. Mestre em Direito pela University of Miami School of Law, com especialização na University of Miami Division of Continuing & International Education. É pós-graduado em Direito Empresarial e Trabalhista pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui MBA pela Massachussets Institute of Business. Tem um vasto conhecimento e histórico comprovado de mais de 15 anos fornecendo conselhos indispensáveis aos clientes que buscam orientações em relação a internacionalização de carreiras e negócios