Descontrole do diabetes é uma das causas mais frequentes da doença renal crônica 

Diário Carioca

Conhecidos por serem os filtros do nosso corpo, os rins são vitais e possuem uma data especial para lembrarmos de cuidar deles e garantirmos seu funcionamento pleno: o Dia Mundial do Rim. Celebrado em 10 de março, a data alerta, principalmente, para o combate à doença renal crônica (DRC) e seus fatores de risco, como hipertensão, obesidade e diabetes.

“O alto nível de açúcar no organismo faz com que os rins filtrem mais sangue que o habitual, gerando uma sobrecarga que acarreta, entre outros, a eliminação incorreta de proteínas por meio da urina”, explica o Dr. João Eduardo Salles, professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
 

E não é à toa que a combinação dessas doenças (Diabetes e Doença Renal) preocupa os especialistas. Segundo a última edição do Atlas da Federação Internacional Diabetes, publicado em dezembro de 2021, há mais de meio bilhão de pessoas com o diagnóstico de Diabetes em todo o mundo e 44% desses pacientes desenvolvem a doença renal crônica. Por isso a importância de os pacientes com Diabetes cuidarem não só dos níveis de glicose do sangue, mas pensarem também na saúde dos rins.
 

Considerada uma epidemia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que a DRC atinja um em cada dez adultos no mundo e aproximadamente 10 milhões de pessoas no Brasil. A enfermidade caracteriza–se pela lesão irreversível nos rins, que tem como estágio final a falência renal, quando esses órgãos perdem a capacidade de efetuar funções básicas como regular a água do organismo e eliminar toxinas.
 

Mas essa e outras complicações podem (e devem!) ser evitadas por meio da adoção de um estilo de vida saudável o quanto antes, além da prática de exercícios físicos regularmente, controle adequado da pressão arterial e dos níveis de açúcar no sangue.
 

De acordo com um estudo feito pela Universidade de Michigan, publicado pelo The Lancet em maio de 2021, apenas um em cada 10 pacientes com Diagnóstico e que vivem em países de baixa e média renda estava recebendo tratamento adequado para o diabetes. “O tratamento inadequado do Diabetes é um dos maiores vilões no combate às complicações relacionadas à doença, como a DRC. No Brasil, país com um sistema público de saúde, é essencial que diferentes tipos de tratamentos estejam disponíveis para a população em prol de um combate efetivo à doença”, aponta o Dr. Salles.
 

Além do controle dos índices glicêmicos por meio da boa alimentação e do uso correto das medicações, o especialista explica que a realização do teste de albumina na urina e de creatinina no sangue devem ser inseridos no check-up anual dos pacientes com diabetes, a fim de promover o diagnóstico precoce da DRC. “Trata-se de uma condição silenciosa, sem sintomas físicos ou sinais claros de alerta, por isso é importante ficar de olho nestas taxas que ajudam a identificar a performance renal”, conta

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca