Vítimas de violência doméstica relatam rotina de agressões no documentário ‘Não é amor, nunca foi amor’, que vai ao ar na Globonews

Diário Carioca

Divulgação GloboO Brasil é o quinto país do mundo com o maior número de feminicídios. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, uma a cada quatro mulheres acima de 16 anos sofreu algum tipo de agressão. Isso significa que quase 17 milhões de mulheres foram vítimas de violência física, psicológica ou sexual. E a maioria dentro da própria casa. Algumas dessas histórias são relatadas no documentário ‘Não é amor, nunca foi amor’, que vai ao ar na GloboNews no próximo domingo, dia 27, a partir das 23h. O longa reúne material inédito de série exibida pelo ‘Fantástico’ em outubro do ano passado. 
Durante um mês, a equipe do programa acompanhou diversas audiências em um mutirão realizado no Fórum da Leopoldina, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para acelerar fila de processos de violência doméstica, e ouviu depoimentos de mulheres que convivem com essa rotina. A força-tarefa, liderada por 12 juízas reduziu quase pela metade o acumulado de 11 mil processos no juizado em um mês. Para elas, além de promover agilidade nos processos, o mutirão deu visibilidade a um tema denso, urgente e necessário.   
Nas audiências, histórias comoventes como a de uma mulher que registrou 40 boletins de ocorrência contra o seu ex-marido, e, por conta das agressões que sofreu, teve a audição e os movimentos da perna comprometidos. A equipe também entrevistou uma dona de casa que criou coragem para denunciar o companheiro no dia do seu aniversário. Após passar por mais uma sessão de violência, ela saiu de casa apenas com o celular e a roupa do corpo para ir à delegacia dar um basta em oito anos de sofrimento. Algumas reencontram seus agressores no tribunal. 
‘Não é amor, nunca foi amor’ também revela a lentidão da Justiça em muitos dos casos. Após sofrer episódios graves de violência física e esperar sete anos por uma resposta, uma das vítimas recebeu durante a audiência a notícia de que o crime havia prescrito. O número de arquivamentos de processos também é considerado alto. Muitas mulheres desistem de seguir adiante. 
O mutirão da Leopoldina possibilitou o julgamento de 4.849 processos de violência contra mulheres. Foram 3.832 sentenças e  1.969 audiências. Uma oportunidade para milhares de mulheres que puderam ser ouvidas. Cada uma com sua visão, angústia e trajetória. Experiências que confirmam relações que nunca foram baseadas em amor. 
O documentário ‘Não é amor, nunca foi amor’ vai ao ar no próximo domingo, dia 27, a partir das 23h, na GloboNews.

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