“Bandeira do Brasil é dos brasileiros, não do Bolsonaro”, diz Lula a lideranças internacionais

Diário Carioca
               “Bolsonaro é tão frágil e boçal. Como ele e o partido dele não tem bandeira, não tem hino, não tem nada, ele pegou a bandeira do Brasil, se apoderou como se fosse dele. Vamos dizer para ele que essa bandeira é nossa, dos brasileiros”, disse o ex-presidente e pré-candidato à Presidência da República Lula (PT), aos aplausos do público no início da noite desta quarta-feira (30), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
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Lula discursou no "Encontro Internacional Democracia e Liberdade", organizado pelo Grupo de Puebla. Em dois dias de programação, o evento reuniu intelectuais e figuras políticas do Brasil e América Latina, como os ex-presidente Lula, Dilma Rousseff (PT), a vice-presidente da Espanha Yolanda Díaz e a senadora colombiana María José Pizarro.
Ao todo, representantes diplomáticos e legislativos de 11 países compartilharam reflexões sobre os principais desafios na construção de um modelo solidário de desenvolvimento. 
Com um público de centenas de pessoas lotando a Concha Acústica Marielle Franco, no principal campus da universidade, no Maracanã, zona Norte do Rio, o ex-presidente Lula deu início à sua fala por volta das 18h15. 


 Público era formado principalmente por jovens e estudantes universitários/ Pablo Vergara

Com a presença de parlamentares do campo progressista carioca no palco, ele relembrou a relação de igualdade e respeito que o Brasil construiu com diversos países durante seu governo. 
"A gente não falava fino com os Estados Unidos e grosso com a Bolívia. A gente falava com todo mundo do mesmo jeito. Eu visitei todos os países da América Latina e Caribe, 30 países da África. Nós conseguimos fazer com que o Brasil fosse referência no debate mundial. Acho que foi um pouco isso que incomodou os americanos. Eles não admitiam que tivesse outra força política que não eles", disse Lula para a plateia vestida de vermelho e com bandeiras de movimentos sociais.
Além de lideranças internacionais, Lula dividiu o palco com a noiva, Janja, Marcelo Freixo (PSB), Dilma Roussef (PT), Gleisi Hoffmann (PT), André Ceciliano (PT) e Ricardo Lodi Ribeiro, que renunciou ao cargo de reitor da Uerj durante a fala de abertura do evento. Segundo Lodi, sua saída se deve à participação dele no projeto de "recuperação do país". No lugar dele, deve assumir a instituição de ensino superior o professor Mário Carneiro.


Segundo Lodi, sua saída se deve à participação dele no projeto de “recuperação do país” / Pablo Vergara

Lula, que é pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, está no Rio desde o último sábado (26), quando participou do Festival Vermelho em comemoração ao centenário do PCdoB em Niterói, na região metropolitana.
"Vim aqui pra falar de igualdade. Quero que os países sejam tratados em igualdade de posição. Precisamos avisar ao Putin, ao Biden, a todos esses presidentes, que ninguém quer essa guerra. O mundo não precisa disso. Aqui no Brasil, seria tudo resolvido com uma cerveja, até acabar as garrafas a gente iria fazer um acordo de paz", disse ao se referir à guerra na Ucrânia.
Cancelamento do evento
Em outro momento do discurso Lula falou sobre as tentativas de cancelamento do evento na Uerj por parte do deputado estadual Alexandre Freiras (Podemos). "Faz dois dias que me orientam que não posso falar de eleição. Havia muita inquietação. Eu vim pra casa pensando em colocar uma mordaça", afirmou.
Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negaram as duas ações movidas pelo parlamentar pedindo o cancelamento do encontro na Uerj. Freitas argumentou que o evento seria um "comício disfarçado de encontro internacional". 
No entanto, a sentença da juíza Neusa Regina Larsen de Alvarenga Leite, da 7ª Vara da Fazenda Pública do Rio, aponta que o evento não é ilegal e promove discussões entre diversas personalidades, incluindo ex-presidente de países como Brasil, Espanha e Colômbia, sobre democracia e igualdade. 
Já a decisão da ministra do TSE Maria Claudia Bucchianeri ressaltou a ilegitimidade do deputado na alegação. Nas eleições presidenciais, apenas partidos políticos, coligações, candidatos e o Ministério Público Eleitoral (MPE) podem mover representação por propaganda eleitoral irregular.
            Edição: Mariana Pitasse


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