Em 2022, infelizmente, não teremos grandes novidades. O cenário econômico permanece igual ao que vivenciamos nos últimos meses, com baixo crescimento, inflação nas alturas e juros na casa dos dois dígitos. Segundo análises do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de consultorias do Brasil, a economia do país deve crescer entre 0,8% e 1,9% em 2022. A média para os países emergentes é 5,1%.
Além disso, o relatório Focus, do Banco Central (BC), previu um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%, mas que já passou para 0,42% em 2022. Independentemente dos números, é necessário continuar observando as nuances do mercado e os sinais que ele vem nos dando. Quem ainda não trabalha com previsibilidade, deve contratá-la já.
Um desses sinais tem relação direta com a logística e a expansão dos custos para todos os grupos, seja um embarcador ou uma empresa de transporte. Nesses custos estão incluídos valor do combustível e o gasto com pneus, por exemplo. Esse cenário só mostra o que não é segredo para ninguém, todas as partes da operação, principalmente a indústria, estão sofrendo. O que é agravado pela escassez de navios.
O ano eleitoral, a partir de julho, dará as caras, o que vai deixar o ritmo da logística cada vez mais tenso. Será necessário pensar em planos de contingência e estratégias para driblar esses eventos. O resumo é que estamos vivendo um pré-caos em um ambiente já muito hostil e que tende a piorar.
A pergunta de todo empresário é: Como não explodir?
Não há escapatória. Essa é a resposta. Mas temos como mitigar.
O primeiro passo é apostar na digitalização para ajudar na questão da previsibilidade.
O segundo passo é realizar um benchmarking horizontal, olhar para os concorrentes e trazer o que for de melhor para o seu ambiente.
O terceiro passo é fazer, em conjunto, um benchmarking vertical. O que os grandes nomes do mercado estão realizando nacional e internacionalmente?
Nesses tempos em que vivemos, é preciso parar e pensar. A situação, que já era gravíssima com a pandemia da Covid-19, é agora acompanhada de uma disrupção logística no mundo.
Reitero: neste ano, a economia continuará muito fraca, aliada ao fato de que vivemos em um país que possui uma deficiência crônica de estrutura, sem estratégia e com uma logística sem rumos.
Em 2023, ainda teremos um crescimento pífio, mas será um ano de conscientização. Mas, finalmente, em 2024, talvez possamos voltar a crescer.
Aproveitando o ano eleitoral, o que o nosso futuro presidente precisa ter é um novo olhar, essencialmente para a questão da infraestrutura, saúde e educação. Precisamos investir em um crescimento sustentável, olhar com atenção para o desmatamento, nomeando quatro ou cinco prioridades que sejam urgentes e com planos sociais que atendam as pessoas mais carentes.
Se não nos olharmos mais nem tivermos planos estratégicos e de ação, viveremos em uma constante crise. Crises cíclicas e cada vez mais graves.
Pare e pense