Divulgação GloboRené Pérez, dono do nome artístico Residente, é o participante de hoje (20) do ‘Conversa com Bial’. O músico e letrista porto-riquenho, vocalista da banda Calle 13, alcançou um feito inédito no Grammy Latino ao somar 25 prêmios. Em entrevista a Pedro Bial, ele fala de sua relação com a música brasileira desde jovem, e a importância de trazer características do país para suas letras e videoclipes de cunho político, a partir, principalmente, da relevância que o Brasil tem para a América Latina. Residente lançou o rap “This Is Not America” com passagens históricas de alguns países do continente latino, acompanhada de videoclipe. Sobre a composição, diz: “Para mim foi só senso comum. Escrevi do coração aquilo que eu aprendi […]. Sei que os cinco presidentes em apenas 11 dias foram na Argentina [referindo-se a renúncia de Fernando de La Rúa, em 2001, até a escolha de Eduardo Duhalde como novo presidente], sei que os falsos positivos foram na Colômbia [sobre a morte de jovens civis por militares num conflito interno colombiano]. Então não precisei verificar os fatos porque eu já tenho conhecido isso há muito tempo”. O artista também fala de sua relação com a escrita – busca escrever cerca de quatro horas por dia para treinar -, e que está roteirizando um filme sobre a história política de Porto Rico. Para dar continuidade a conversas com personalidade que tem alguma abordagem política, amanhã, dia 21, Pedro Bial recebe Heraldo Pereira, primeiro jornalista negro a apresentar o ‘Jornal Nacional’, e que hoje ancora o noticiário de política do ‘Bom Dia Brasil’, na TV Globo, direto de Brasília – DF. Heraldo compartilha sua trajetória, que teve início na rádio no começo dos anos 80. Na época, o Brasil vivia a redemocratização e ele comenta: “Sou da geração de 1961. Fui um menino; rapaz, que não podia votar. Quando surgiu o processo democrático havia na turma uma grande expectativa em votar e escolher o presidente”, diz. Heraldo começou na TV como repórter, e o ‘Conversa com Bial’ traz registros de algumas das coberturas mais importantes, entre elas um conflito na África do Sul entre os negros e o governo branco, durante o apartheid. O jornalista recorda o episódio: “Eu estava com uma equipe em que o cinegrafista e o auxiliar eram brancos, e eu negro. Tínhamos uma dificuldade porque durante o apartheid brancos não andavam com negros, então era uma confusão […]. Tínhamos que ir a banheiros diferentes, e isso era já nos anos 90 […]. Estávamos indo para a Convenção da Paz, a primeira em que Nelson Mandela participou e junto com Frederic de Klerk, que era o presidente sul-africano branco”, conta. Com direção artística de Monica Almeida, o ‘Conversa com Bial’ vai ao ar na TV Globo de segunda a sexta, após o ‘Jornal da Globo’. O programa também é exibido no canal internacional da Globo e em simulcast no Globoplay. As entrevistas também podem ser acompanhadas no podcast ‘Conversa com Bial’, disponível no Globoplay ou em qualquer plataforma de áudio. Excepcionalmente hoje e amanhã, dias 20 e 21, o programa não será exibido no Rio de Janeiro, e não haverá exibição nacional na sexta, dia 22, devido à transmissão dos desfiles das escolas de samba durante o Carnaval.