No marco do Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia (IDAHOTB), 17 de maio, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em parceria com a organização LGBT+Movimento, lançou oito “Mapas de Redes Comunitárias e de Serviços para Pessoas Refugiadas e Migrantes LGBTQI+”, em evento virtual transmitido pelo Youtube do ACNUR Brasil.
Por meio da ampliação do acesso a redes de acolhida preparadas para oferecer atendimento e apoio sensíveis às necessidades protetivas específicas de pessoas refugiadas e migrantes LGBTQI+, os mapas buscam promover o fortalecimento da proteção e integração local destas pessoas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
“Infelizmente, o que testemunhamos é que essas pessoas LGBTQI+ sofrem grandes violações, às vezes com risco de morte, por sua orientação sexual. Os trabalhos do ACNUR para esta população focam em proteger essas pessoas para que se sintam acolhidas e tenham seus direitos respeitados, afirmou Gisele Netto, Assistente de Campo Sênior do ACNUR, durante o evento.
Ao longo das etapas que envolveram a construção deste material, disponível para download na página de publicações do ACNUR, pessoas refugiadas e migrantes LGBTQI+ foram consultadas e tiveram suas considerações contempladas, garantindo a confiabilidade das informações disponibilizadas. A pesquisa de conteúdo teve início em outubro de 2021 e se estendeu até março de 2022.
De acordo com Nathália Antonucci, uma das diretoras da LGBT+Movimento, os mapas não foram produzidos apenas tendo como orientação as organizações e a serviços de referência, mas também a grupos e espaços comunitários que demonstraram interesse em desenvolver as redes solidárias a pessoas refugiadas e migrantes LGBTQI+.
“É extremamente importante que os mapas sejam uma ferramenta útil para as pessoas, para que elas possam usar no seu dia-a-dia e consultar as organizações, os serviços (…). Muitas vezes as pessoas desconhecem a existência dos serviços prestados, não sabem por onde pesquisar por não ser uma pesquisa óbvia”, complementou Nathália, reafirmando a relevância do material.
Charlin Blanco, venezuelana refugiada que chegou há cinco anos no Brasil e é Articuladora Comunitária da LGBT+Movimento, reforçou as dificuldades que enfrenta por ser uma mulher trans e destacou a importância de ter a rede de serviços descritas nos oito mapas lançados.
“Sabemos que somos muito discriminadas e ao chegar no Rio de Janeiro, há um ano, enfrentava muitas dificuldades. Os mapas criados facilitam o processo de integração de pessoas como eu por ter esse olhar direcionado para as reais necessidades dessa população, como acesso à documentação e serviços médicos, por exemplo”, afirma a refugiada.
Sobre a LGBT+Movimento:
A LGBT+Movimento é uma organização brasileira fundada em 2017 por meio de uma junção de pessoas LGBTQI+ migrantes e brasileiras. Desde então, trabalham com o enfoque comunitário no apoio direto à integração e criação de redes de afeto para pessoas migrantes e refugiadas LGBTQI+. Clique aqui para obter mais detalhes sobre a organização.
Para ler o texto completo no site do ACNUR, clique aqui.