Profissionais da área de tecnologia se destacam no mercado de trabalho pós-pandemia

Diário Carioca

Com a pandemia da Covid-19, o mercado de trabalho passou a demandar tecnologias mais modernas e profissionais habilitados para lidarem com os novos desafios. O superintendente de Educação Profissional e Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Felipe Morgado, destaca essas mudanças.

“Mercado digital, novas tecnologias, como inteligência artificial, big data, internet das coisas, isso tudo foi acelerado pela pandemia, fazendo com que o mercado de trabalho também sofresse algumas alterações. Profissionais que trabalham com essas tecnologias ganharam maior relevância e estão sendo procurados no mercado de trabalho.”

Nesse sentido, Felipe Morgado afirma que a qualificação profissional precisa estar alinhada às novas tecnologias e às necessidades do setor produtivo.

“No momento em que essas tecnologias passam a ser mais utilizadas pelas empresas, os cursos de qualificação profissional, os cursos técnicos e os cursos superiores devem ser atualizados para que as pessoas ampliem sua chance de entrar e de se manter no mercado de trabalho.”

Maciel Ferreira Júnior é estudante do curso superior de Engenharia de Software, na Universidade de Brasília (UnB). Durante a pandemia, foi contratado como estagiário de Web Design e, em maio de 2022, foi efetivado.

“Eu acredito que a pandemia aumentou as vagas no setor porque as empresas passaram a investir mais em tecnologia. Principalmente por causa do home office, das plataformas de comunicação e de delivery de produtos e comida.”

Além da graduação, Maciel está concluindo dois cursos técnicos de programação. “Só com a faculdade não dá para acompanhar as evoluções e demandas do mercado. Na faculdade, aprendemos conceitos. A maioria das linguagens que eu aprendi, por exemplo, não são tão utilizadas mais, como C e Java. Por isso estou fazendo os cursos de linguagem Ruby on Rails e React.”

Mapa do Trabalho Segundo o superintendente de Educação Profissional do Senai, Felipe Morgado, o grande desafio da educação profissional é a oferta de cursos alinhados tanto à demanda do setor produtivo quanto às tecnologias que serão difundidas pelo país.

Recentemente, o Observatório Nacional da Indústria divulgou o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025. Segundo o levantamento, o Brasil precisa investir no aperfeiçoamento e na qualificação de pelo menos 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos próximos três anos. Desses, 2 milhões devem se capacitar em formação inicial, para repor os profissionais inativos e preencher as novas vagas, e 7,6 milhões em formação continuada, para os trabalhadores que precisam se aperfeiçoar. 

O gerente-executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, destaca a importância da formação continuada em um mercado de trabalho concorrido.

“Independente de já se ter uma formação, é preciso estar se atualizando continuamente. Isso é bom pelo lado da indústria, porque a indústria precisa fortalecer a sua produtividade para que tenhamos produtos cada vez mais competitivos no mercado, e para o trabalhador, porque ele precisa estar sempre atualizado nas novas tecnologias, competindo nesse mercado de trabalho bastante concorrido.”

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Mundo Senai Para ter mais competitividade no mercado de trabalho, o trabalhador pode conferir a plataforma Mundo Senai, um espaço virtual dividido entre os pilares cursos, trabalho e carreira, como explica Felipe Morgado. 

“O primeiro [pilar] está relacionado a cursos. A sociedade pode buscar todos os cursos que o Senai oferece no Brasil. Quais são os cursos que estão com matrículas abertas”. O Senai oferece cursos presenciais, semipresenciais e 100% on-line, de curta, média e longa duração. Tem oportunidades nas áreas de automação, mecatrônica, eletroeletrônica, metalmecânica, alimentos e bebidas, audiovisual, entre outros.

O pilar do trabalho busca promover o encontro ideal entre o profissional e a vaga. “Nós disponibilizamos serviços de empregabilidade, por meio da plataforma Contrate-me, que é uma espécie de Tinder do emprego, que ajuda as empresas a encontrarem o melhor profissional qualificado”, explica Morgado.

Já o pilar de carreira auxilia na escolha da profissão. “Nós disponibilizamos serviços para ajudar a sociedade a conhecer as profissões, os salários médios, quais profissões estão mais demandando por profissionais, além de uma ferramenta com uso de inteligência artificial, que ajuda a identificar quais são as profissões que tem mais a ver com as características socioemocionais daquela pessoa”.

Os estudantes que estão em busca de uma carreira profissional também podem conferir o aplicativo SouTec do governo federal. A plataforma oferece um questionário com 72 perguntas e, a partir das respostas, indica cursos técnicos e roteiros de estudos para se qualificar.

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