Estudo desmistifica relação da apneia com consumo de carnes

Diário Carioca

Ronco, cansaço e sensação de noite mal dormida são alguns dos sinais da apneia. Trata-se de um distúrbio que afeta a respiração durante o sono, ocasionando até a parada completa da respiração por alguns segundos ou minutos. Um estudo científico interinstitucional, com a participação da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM) e Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (Afip), fez um levantamento sobre o consumo geral per capita de carne nos principais países do mundo e a prevalência de apneia obstrutiva do sono. O resultado desmistifica a relação do distúrbio com esse alimento.

Conforme o professor do curso de Zootecnia da Unoeste Cláudio Donizete da Silva Junior, que esteve envolvido na pesquisa, a análise foi realizada em 34 diferentes países. Algumas teorias relacionavam esse distúrbio ao consumo de alimentos de origem animal. Porém, o professor afirma que não foi encontrada correlação entre a prevalência estimada da apneia do sono e o consumo de carnes suína, bovina, caprina e de frango. “Isso nos mostra que mesmo o alto consumo de carne não afeta em relação a esse distúrbio de sono tão importante e recorrente atualmente, desmistificando problemas de saúde relacionados à carne”.

O docente reforça a importância da proteína animal para a saúde, inclusive o estudo foi apresentado em um congresso voltado à área da medicina, o maior e principal evento científico relacionado ao sono: o Sleep 2022. Realizado em junho, o congresso ocorreu em Charlotte NC, nos Estados Unidos. Na ocasião, o professor Cláudio apresentou os resultados. “Foram mais de 2 mil participantes, assistindo a palestras e cursos sobre medicina e neurologia do sono, buscando atualização de novos conceitos e abordagens terapêuticas”, ressalta.

Com a presença de pesquisadores renomados do mundo todo, o zootecnista e professor da Unoeste frisa a satisfação em levar para um congresso médico uma temática nutricional, que muitas vezes é debatida em conferências sobre o não consumo de carne. “Certamente é algo inovador para a área da produção animal, apontando a importância da proteína animal para o desenvolvimento humano. Eu participei com a apresentação oral do pôster e como ouvinte de diversos cursos e palestras. Fiquei muito lisonjeado em ter a oportunidade de mostrar um pouco mais da área animal em um congresso voltado para a medicina”, encerra.

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