Uma das particularidades quando se decide empreender em um negócio físico é saber onde estabelecer-se, ou seja, qual seria o ponto ideal para aquele tipo de comércio ser instalado. Uma escolha errada pode acarretar uma série de problemas. Por isso, é de extrema importância acertar cada passo.
Cleber Brandão, especialista em negócios de produtos naturais, gestão de lojas e empreendedor focado no varejo, lembra que decidiu iniciar o seu empreendimento em 5 de maio de 2020, no auge da pandemia. Sonhou com o local ideal e imaginou tudo o que queria. “O primeiro passo foi buscar o ponto ideal. Andei por Goiânia, analisei o fluxo de pessoas, posição do sol, ventilação do espaço, além de levar em consideração outros pontos cruciais, até encontrar algo que atendesse as minhas necessidades, e claro, dos clientes. O local tinha 25m², nenhuma necessidade de reforma e um fluxo grande de pessoas”, lembra.
O imóvel, conforme relata o especialista, ficava próximo a bancos, panificadoras, farmácias e residências. “Fiquei encantando com o local e, no impulso, quase fechei o contrato ali mesmo. O valor do aluguel era de R$ 3,5 mil. Como entendo que a posição do sol é algo importante para o negócio, voltei por mais duas vezes ao longo do dia. Resultado: o sol tomou conta da loja! Infelizmente, a frustração tomou conta por alguns segundos. Entendi que ali não seria o lugar e comecei a buscar novamente. Não me apressei, porque com a pandemia, os alugueis iriam cair e foi isso que aconteceu”, recorda.
Na metade de agosto, três meses após o início da busca, Cleber passou em frente ao Parque Vaca Brava, famoso pela sua pista de corrida e fluxo de pessoas e deparou-se com uma placa na qual havia um anúncio de aluguel de imóvel. “Inicialmente, empolgado, pensei: ‘Aqui vai ser a loja!’” conta.
Com os pés no chão, Cleber buscou o contato com o proprietário. “Pegamos a chave e o local, com 200m², estava sendo locado por R$ 7 mil, mais R$ 500,00 de IPTU. Como estava há muito tempo sem contrato de locação, fizemos uma proposta de R$ 5 mil por 12 meses. O proprietário apresentou uma contra proposta de R$ 5,5 mil. Informei que fecharia por R$ 5 mil e queria mais 1 mês de isenção. Caso o proprietário tivesse interesse, já fecharíamos o contrato ali mesmo. E assim encontramos o ponto”, exalta.
O local escolhido recebia pouco sol pela manhã e apenas em uma parte. Na vitrine frontal foi colocado um toldo, sem que a visão da loja fosse afetada. Amplo, o prédio era ventilado e tinha piso superior para o escritório e estúdio de gravação. “Fica em um dos melhores pontos de Goiânia e tem quatro concorrentes próximos: três lojas de franquia, que certamente irei indicar se eu não tiver algum produto em minha loja. Concorrente não é inimigo, ele é parceiro e te ajuda a movimentar o negócio e a região”, aconselha.
Depois de trabalhar em um espaço de 35m², Cleber festeja, principalmente, o fato de jamais ter desistido. “Demorou, mas encontramos! O mais difícil pode ser o ponto. Tenha paciência, pechinche, pesquise muito. Não espere a hora certa, vá atrás. Não se canse!” conclui.
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