Eleições 2022: como o setor da economia deve olhar para os candidatos à presidência?

Diário Carioca

Em uma das eleições mais acirradas do Brasil e após uma crise mundial aprofundada pela pandemia e guerra na Ucrânia, o eleitor se vê dividido e o empreendedor busca alternativas para a melhora econômica. Pensando nisso, o CEO da Vallus Capital e analista econômico Caio Mastrodomenico fala sobre a importância de observar o histórico dos candidatos em relação ao que já fizeram para o país e também os planos de governo para o próximo período, de maneira fria e cuidadosa, sem se render a discursos.

“É de conhecimento de todos que o desempenho das empresas no Brasil acompanha as políticas econômicas ditadas pelo governo e, sendo assim, o empreendedor sobe e desce na montanha-russa denominada economia brasileira de maneira frequente. Digo isso porque não há um dia sequer que o empreendedor viva uma constância na arte de fazer negócios. São novas legislações, interpretações, complexos tributários infinitos e por aí vai. Mas, ainda que tenha cunho político, toda instabilidade é passiva de superação. E é nesse cenário que o empreendedor deve manter sua atenção”, comenta o especialista.

Caio explica que é preciso ter em mente as máximas já conhecidas do mercado, como manter o estoque saudável, acompanhar o fluxo de caixa e trabalhar com margem de lucro. São pilares que servem para o pequeno e médio empreendedor, mas também para a administração do país. Além disso, o empresário deve estar atento aos segmentos com quem costuma fazer negócio e mensurar os impactos que eventuais mudanças na gestão pública podem ocasionar nessas negociações. “Geralmente, empresas que prestam serviço ou fazem vendas a órgãos públicos ficam mais vulneráveis a eventuais mudanças políticas e, sendo assim, o risco dessas negociações deve ser evitado”, explica.

A fórmula mágica para lidar com períodos de instabilidade pode não existir, mas há maneiras de prever os desafios e estar preparado para eles. Princípios como austeridade, buscando reduzir gastos e expandir margens de lucro; fazer provisão financeira para possíveis perdas e aprofundar o conhecimento na gestão financeira corporativa são quase que uma obrigação para o momento em que o Brasil está passando.

Hoje, o país e o mundo passam por uma crise econômica e inflação de alimentos. Tudo isso acrescido de aumentos exponenciais nos preços dos combustíveis. Toda essa cascata de acontecimentos é também consequência de decisões tomadas durante a pandemia, em momentos emergenciais, como paralisação de produção ou auxílio em dinheiro. Qual dos dois candidatos possui um melhor plano e alinhamento político para lidar com a situação decorrente? Essa deve ser a pergunta a se fazer, com análise profunda de seus históricos de atuação e promessas para o novo período de governo.

“A opção do brasileiro é carente de nomes que poderiam engrandecer os debates e discussões durante o processo eleitoral na busca de soluções macroeconômicas para o nosso país, mas nem por isso devemos focar em escolhas puramente ideológicas e nos eximir da busca do bem maior, que é o desenvolvimento do nosso país e do nosso povo. A eleição de 2022 será um grande desafio para o desenvolvimento na nação brasileira, a manutenção da democracia e dos direitos às liberdades individuais do nosso povo”, finaliza.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca