Divulgação GloboO que já era difícil, com a pandemia da Covid-19 ficou ainda mais complicado e com uma grande demanda reprimida. Brasileiros que, por algum motivo, precisam recorrer aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – responsável pelo pagamento de aposentadorias, salário-maternidade, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão, entre outros – aguardam por muito tempo para serem atendidos ou seguirem adiante com as suas solicitações. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 16, ilustra a chamada espera sem fim, onde muitas cidadãos já não têm esperança em conseguir seus benefícios. O programa destaca que, entre as categorias que mais sofrem com o precário acesso ao INSS, está a do agricultor familiar que, se sofre um acidente no campo ou contrai uma doença que o impeça de trabalhar, não pode contar com a remuneração do empregador por não ter carteira assinada.
Os repórteres Chico Bahia e Eduardo de Paula viajaram ao interior de Sergipe para mostrar alguns dos dramas destes trabalhadores do campo. Na cidade de Feira Nova, está Aldemir Santos, que se acidentou de moto no início do ano, perdeu o movimento das pernas e está à espera do auxílio-doença. Além disso, a cognição também foi comprometida. A mãe, Maria Eunice Santos, é responsável pela alimentação e higiene. O padrasto, Gidalberto Santana, segue sozinho com o trabalho na roça da família, de onde vem o sustento de todos. “A gente está desde abril aguardando a perícia médica e o atendimento ficou para setembro. Até lá, sem o auxílio, estamos passando necessidade”, explica Gidalberto.
Já em Malhador, outro município sergipano, o drama é de Edna dos Santos, que está com seis meses de gestação e já é mãe de outras duas crianças. Ela tem a mobilidade comprometida por conta de um tumor na cabeça e, por isso, é dependente da mãe e da sogra para desempenhar atividades como se alimentar e cuidar da higiene pessoal. Para ela, que também está em busca de um auxílio do INSS, a angústia é grande. “Minha perícia está marcada pra novembro e eu rezo pra que tenha saúde até lá. Enquanto isso, dependo da aposentadoria da minha mãe”, afirma a gestante.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) está entre os que também são bastante solicitados entre os cidadãos. É pago às pessoas com alguma deficiência ou idosos com mais de 65 anos que comprovem situação de vulnerabilidade social, uma parcela da população que aumentou em virtude da crise econômica provocada pela pandemia. Mesmo com laudos comprobatórios e inscritas no Cadastro Único do Governo Federal, as famílias com filhos com deficiência têm os pedidos de benefício negados. “Meu filho está sem vaga na escola e passa o dia em casa. Eu faço bicos que não são suficientes para pagar as contas. Quando aperta mesmo, eu vou pra porta do restaurante pedir comida”, diz Ana Paula Lombardi, mãe de Isaque, um menino com autismo, em entrevista aos repórteres Milena Rocha e Luiz Silva e Silva.
Já a equipe de André Neves Sampaio e Danielle Zampollo acompanhou durante três dias a fila em uma agência do INSS, na Zona Oeste de São Paulo, que começa a se formar às 6 da manhã, uma hora antes de o local abrir. É o caso de Raquel Nascimento, mãe solo de um menino de 12 que sofre de Transtorno Desafiador Opositor e Intelectual e de outros três filhos. Há mais de um ano, ela solicita o benefício que poderia ajudá-la na compra dos remédios que controlam os sintomas da criança.
O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira vai ao ar depois de ‘Filhas de Eva’.